REDE VIVA: A REALIDADE DA REDE DE ATENÇÃO À REABILITAÇÃO DO BUTANTÃ, SÃO PAULO - SP

2018 
Introducao: Reabilitacao e um conjunto de acoes voltadas ao aumento das habilidades dos usuarios com diminuicao dos danos, incapacidades e deficiencias; incluindo pessoas com doencas cronicas e degenerativas (FARO, 2004; LUSSI, 2006). Anteriormente o cuidado das pessoas com incapacidades e deficiencia estava concentrado, quase exclusivamente, nos servicos especializados em reabilitacao. A proposta das Redes de Atencao a Saude (RAS) descentraliza o cuidado, corresponsabilizando os servicos que a compoe: Atencao Primaria a Saude (APS), Especializada, Hospitalar e de Urgencia e Emergencia. Para tanto devem ser definidas as acoes ofertadas por cada nivel de atencao para que estes se articulem estabelecendo processos e fluxos de cuidado implicados com a realidade social (CAMPOS, 2015). Os arranjos organizativos de acoes de cuidado que compoem uma sequencia de etapas de utilizacao dos servicos que sao determinadas pela organizacao dos mesmos, pelos profissionais e pelos usuarios e suas necessidades de saude (ROESE, 2008). Para Merhy et al. (2014) as Redes Vivas sao dinâmicas e mutaveis de acordo com a singularidade destas necessidades. Objetivo: Compreender a gestao do cuidado da RAS; Identificar e analisar os fluxos internos e externos relacionados a reabilitacao nos equipamentos de saude. Metodologia: O estudo foi desenvolvido na regiao do Butanta (Sao Paulo - SP), com uma populacao estimada de 428.217 habitantes (SAO PAULO, 2016b). O trabalho qualitativo buscou analisar as acoes e fluxos relacionados a reabilitacao dos equipamentos de saude atraves de rodas de discussao com profissionais de tres equipamentos da APS e tres da atencao especializada; e da construcao de fluxogramas analiticos dos encaminhamentos internos e externos aos equipamentos de saude. Resultados: Participaram das rodas de discussao 52 profissionais de saude de 14 categorias. Nos equipamentos de APS observou-se a oferta de atividades de cuidado individual e em grupo; a presenca de espacos de matriciamento com a equipe multiprofissional; a possibilidade de encaminhamento para 15 servicos especializados para diagnostico e terapeutica, sendo apenas tres de reabilitacao; e a existencia de fluxos informais de encaminhamento entre equipamentos. Os equipamentos especializados em reabilitacao foram identificados como de dificil acesso dado os restritos criterios de inclusao e baixa disponibilidade de vagas; enquanto que os equipamentos especializados de saude mental foram identificados como fluxos potentes devido a nao necessidade de agendamento previo. Os profissionais identificaram reunioes de discussao de casos e a existencia dos grupos terapeuticos como potentes para o cuidado.O acesso ao equipamento especializado se da atraves do acolhimento multiprofissional com ou sem necessidade de agendamento previo. Observam-se acoes de cuidado individual e coletivo, articulacao com profissionais de outros servicos especializados, a existencia de espacos de matriciamento da equipe e com a APS. Ressalta-se a articulacao intersetorial (educacao, lazer e assistencia social) estabelecida pelos equipamentos especializados. Conclusao: E fundamental a consolidacao da rede de atencao a saude, visando ampliar o acesso, a efetividade e a eficiencia da articulacao entre os niveis assistenciais. A presenca de acoes de cuidado em diferentes niveis de atencao aumenta o acesso dos usuarios, entretanto a dificuldade de acesso ao nivel especializado desloca as acoes de cuidado quase que exclusivamente para a APS.
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