SOU DESTE CHÃO! MARCAS DE FERRAR GADO, PRÁTICAS E (IN)SENSIBILIDADES NA EDUCAÇÃO DO HOMEM DO NORDESTE
2017
Este artigo analisa a construcao da masculinidade nas primeiras decadas do seculo XX, no Nordeste brasileiro, a partir da pratica da ferracao do gado e do uso do corpo pelos homens nas fazendas, tendo como fontes as marcas de ferrar gado e o ritual da ferracao como textualidades culturais que permitem compreender as representacoes que homens e mulheres tecem sobre si e sobre o outro. O ritual da ferracao constitui um conjunto de acoes que permitem aos homens usarem o seu corpo como um texto no qual outros sujeitos podem ler suas expressoes de masculinidade e virilidade. Inscritas no corpo, tais praticas precisam ser reforcadas cotidianamente atraves de outras gramaticas, como a linguagem, a relacao com outros homens e mulheres e o respeito aos codigos de honra familiar. A analise envolve as praticas familiares e socioculturais, pois abordar o problema do masculino e considera-lo como parte das relacoes tecidas socialmente, incluindo um conjunto de discursos religiosos, politicos, civicos e regionais, todos como processos pedagogicos e tecnologias educativas de homens e de mulheres.
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