Densidade Mineral Óssea em Adolescentes Portugueses

1999 
Introducao: A osteoporose e hoje considerada um grave problema de saude publica nos paises desenvolvidos, nao so devido ao elevado indice de absentismo ao trabalho que condiciona, mas tambem aos elevados custos que acarreta. Embora as manifestacoes clinicas ocorram apenas na idade adulta, a osteoporose e uma doenca com inicio na idade pediatrica, consistindo pois a prevencao na melhor arma terapeutica disponivel. Para alem de determinantes geneticos, outros factores, nomeadamente endocrinos e ambientais, sao responsaveis pela modulacao da expressao individual do pico de massa ossea. De entre estes ultimos, o calcio e o exercicio fisico sao os mais apontados como condicionantes do acrescimo de massa ossea registado durante a infância e adolescencia. Sendo conhecida no nosso pais a situacao referente a ocorrencia da doenca e suas consequencias na idade adulta, ela e totalmente desconhecida no que respeita a populacao adolescente. E assim objectivo do presente trabalho caracterizar transversalmente o estado de mineralizacao ossea de uma populacao de adolescentes portugueses. Populacao e metodos: Foram avaliados 200 adolescentes. Protocolo de estudo: avaliacao nutricional e da maturidade sexual (Tanner), caracterizacao dos habitos alimentares (registo da dieta de 3 dias) e DEXA da coluna lombar (LI-L4). Resultados: Regista-se uma concordância para a idade cronologica media em ambos os sexos (14,6 anos; minimo 12 — maximo 18), apresentando o sexo feminino indicadores de uma maior maturidade biologica (Tanner) (p<0,0001). Observa-se um adequado estado de nutricao para ambos os sexos, apresentando o sexo feminino valores significativamente superiores de gordura periferica (p<0,01) e massa gorda total (p<0,05). A dieta efectuada pela globalidade dos adolescentes e desequilibrada, caracterizada por um elevado suprimento em proteina e gordura. O suprimento alimentar em calcio e adequado para ambos os sexos. Quando considerada a totalidade da amostra, registam-se valores significativamente superiores (p<0,01) de densidade mineral ossea (DMO) para o sexo feminino. No entanto, quando a massa ossea (MO), referenciada a % zscore, e estudada comparativamente em analise de variância em funcao dos factores idade cronologica, sexo e Tanner, verifica-se uma forte associacao do estadio pubertario com o valor da MO (p<0,0001), nao se registando diferencas significativas entre os dois sexos. De igual modo, quando a DMO e estudada, como variavel dependente, em modelo de regressao linear multipla, as unicas variaveis aceites no modelo matematico, com variâncias explicadas muito elevadas, foram o IMC, o estadio pubertario e a idade cronologica. Conclusoes: Os adolescentes estudados apresentam uma adequada densidade mineral ossea. A velocidade do acrescimo de massa ossea durante a adolescencia e directamente dependente da maturidade biologica, registando-se uma forte associacao entre a densidade mineral ossea e o indice de massa corporal, a idade cronologica e o estadio pubertario.
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