Efeitos da prática autocontrolada e estruturação de prática na aquisição de habilidades motoras em virtude da complexidade da tarefa

2010 
Na aprendizagem de habilidades motoras, as condicoes da pratica sao tradicionalmente controladas pelo professor ou experimentador. Contrariamente a estas condicoes, no autocontrole na aprendizagem o aprendiz tem algum controle sobre a situacao de pratica, tornando-se um participante mais ativo. Na condicao autocontrolada, e provavel que os aprendizes utilizem estrategias que sao mais coerentes com suas necessidades individuais do que estrategias utilizadas em situacoes controladas por um professor. Um dos aspectos que pode afetar varias variaveis autocontroladas e a complexidade da tarefa. Alguns estudos mostraram que, em tarefas complexas, os aprendizes optaram em variar menos as sequencias na fase de aquisicao, o que influenciou negativamente o desempenho apenas nesta fase (KEETCH; LEE, 2005; WU, MAGILL; FOTO, 2005). Por outro lado, em tarefas menos complexas, houve tendencia dos aprendizes variarem as sequencias com maior frequencia e mais cedo durante a pratica, o que beneficiou na aprendizagem (KEETCH; LEE, 2007). Portanto, este estudo objetivou investigar os efeitos da pratica autocontrolada e estruturacao de pratica na aquisicao de habilidades motoras em virtude da complexidade da tarefa. Os resultados mostraram que em tarefas com complexidade mais baixa, diferentes estruturas de praticas, independente de ser autocontrolada ou nao, se igualaram em termos de aprendizage. Contudo, em tarefas com complexidade mais alta, proporcionar ao aprendiz controle sobre a pratica e benefico para o processo de aprendizagem. Os resultados tambem indicaram maior numero de trocas das sequencias no grupo de pratica autocontrolada com tarefas de complexidade mais alta quando comparado ao grupo de pratica autocontrolada com tarefas de complexidade mais baixa. Em suma, pode-se concluir que o grupo autocontrolado com tarefa de complexidade mais baixa mostrou melhora no desempenho e assim, a tarefa nao o desafiou e ele explorou menos as possibilidades de variacao, resultando em poucos efeitos beneficos para a aprendizagem. O oposto pode ter ocorrido no grupo autocontrolado com tarefa de complexidade mais alta, pois a tarefa por ser mais complexa pode ter gerado mais desafios e uma maior possibilidade de variacao das sequencias, o que pode ter levado este grupo a obter maiores beneficios durante aprendizagem da tarefa. Pesquisas futuras podem explorar nao necessariamente o autocontrole em si, mas sim os beneficios que o autocontrole proporciona, como por exemplo, motivacao, autoconfianca, esforco cognitivo, atencao, participacao ativa no processo de aprendizagem e estabelecimento de estrategias mais adequadas.
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