PERFIL DOS USUÁRIOS DE UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL DO RIO GRANDE DO SUL

2017 
A partir de nova orientacao de cuidado em saude mental, surgida apos a reforma psiquiatrica, definiu-se que o cuidado dos usuarios deve ser realizado em servicos substitutivos aos hospitais psiquiatricos, inserindo assim, os Centros de Atencao Psicossocial (CAPS) como locais de cuidado e assistencia. O objetivo destes dispositivos de saude e oferecer atendimento a populacao de sua area de abrangencia, oferecer um ambiente terapeutico e acolhedor de maneira que as pessoas em situacao de crise, que se encontram vulneraveis sejam corretamente assistidas, realizar o acompanhamento clinico e a reinsercao social dos usuarios pelo acesso ao trabalho, lazer, exercicio dos direitos civis e fortalecimento dos lacos familiares e comunitarios. As definicoes de quais metodos utilizados nesse tratamento sao melhor definidas a partir do conhecimento da populacao que faz uso desse servico. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo caracterizar o perfil dos usuarios de um centro de atencao psicossocial da regiao da oeste do estado do Rio Grande do Sul. Estudo transversal descritivo, realizado com dados obtidos por meio de prontuarios dos usuarios de um Centro de Atencao Psicossocial II da regiao oeste do Rio Grande do Sul, coletados no mes de Setembro de 2016. Foram analisando dados de prontuarios de 61 usuarios intensivos, com idades entre 18 e 81 anos. Os criterios de inclusao considerados foram: a) frequentar o servico de saude de maneira intensiva b) possuir plano terapeutico singular e c) participar das oficinas/grupos terapeuticos. Foram excluidos aqueles usuarios que frequentam o servico de saude apenas para consultas individuais e para a aplicacao ou retirada de medicacao. As variaveis coletadas no estudo foram sexo, idade, hipotese diagnostica para o transtorno mental predominante, ano de admissao no servico e origem de encaminhamento ao servico. A maioria dos usuarios intensivos que recebem atendimento no CAPS II sao do sexo feminino (59%). Considerando a faixa etaria, 27,9% encontram-se entre 18-29 anos, 62,3% estao entre 30-59 anos e 9,8% tem 60 anos ou mais. Quando analisado o tempo de participacao no CAPS II, 23% dos usuarios fazem parte do servico a mais de 11 anos, 32,8% entre 6 e 10 anos e 42,6 entre 1 e 5 anos. Essas informacoes tornam-se importantes para que se pense a forma de distribuicao em atividades em grupo, bastante utilizadas nos CAPS. Quando considerado o diagnostico, a maioria dos usuarios apresenta retardo mental moderado (32,7%), sendo a segunda maior prevalencia a esquizofrenia paranoide (18%). O restante da populacao analisada apresentou variadas hipoteses diagnosticas que obtiveram pouca representatividade na amostra. Foi possivel identificar tambem que a maioria (67%) foi encaminhada para o servico via Atencao Basica. Podemos concluir que a maioria dos usuarios do CAPS II analisado sao mulheres, na faixa etaria dos 30 aos 59 anos, sendo o transtorno de retardo mental aparecendo com maior prevalencia, sendo majoritariamente encaminhados pela atencao basica. Dados como esses sao muito importantes, devendo ser considerados ao formular as atividades terapeuticas ofertadas.
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