A APLICAÇÃO E ANÁLISE DO ÍNDICE DE SAÚDE DA POPULAÇÃO ÀS REGIÕES DA PENÍNSULA IBÉRICA

2018 
Apesar dos ganhos substanciais em saude veri­ficados nos ultimos anos em todos os paises da Uniao Europeia, continuam a existir evidentes desigualdades entre regioes. O combate as desigualdades injustas e evitaveis constitui um dos maiores desafios das administracoes publicas, sendo uma prioridade para a Uniao Europeia e, nomeadamente, para Portugal e Espanha. Tomando como base o Indice de Saude da Populacao (PHI) - uma medida multidimensional da saude da populacao - construido no âmbito do projeto EURO-HEALTHY para avaliar as regioes europeias (NUTS 2), pretende-se identificar quais as dimensoes (correspondentes a eixos de intervencao de politicas) onde e necessario atuar para melhorar a saude da populacao e reduzir as desigualdades regionais na Peninsula Iberica. O PHI permite analisar a saude da populacao, a escala regional, de forma agregada e desagregada: em duas componentes (Determinantes da Saude e Resultados em Saude), em 10 areas de preocupacao (Condicoes Economicas, Protecao Social e Seguranca; Educacao; Alteracoes Demograficas, Estilos de Vida, Ambiente Fisico, Ambiente Construido, Seguranca Rodoviaria, Recursos e Gastos em Cuidados de Saude, Desempenho dos Cuidados de Saude e Resultados em Saude) e em 17 dimensoes (e.g. emprego, rendimento, seguranca, poluicao, habitacao, agua e saneamento, recursos humanos nos cuidados de saude, mortalidade e morbilidade). A aplicacao do PHI, que varia entre 0 (pior saude) e 100 (melhor saude), as regioes da Peninsula Iberica, permitiu identificar quais: i) as dimensoes que apresentam maiores desigualdades regionais e ii) as regioes de Portugal e Espanha com os piores valores de saude comparando com os 28 paises que compoem a Uniao Europeia. Os scores do Indice de Educacao revelam que esta e a principal area de preocupacao na Peninsula Iberica: nas 6 regioes portuguesas (excecao para Lisboa), nas regioes a sul de Madrid e nas ilhas Baleares e Canarias. Nesta dimensao, observam-se ainda as maiores disparidades no territorio peninsular: valores muito baixos (os piores da Europa: Acores, Madeira e Baleares) e valores altos (Norte de Espanha). O Indice de Recursos e Gastos em Cuidados de Saude tem um padrao semelhante, destacando-se o Alentejo com os piores valores. Destaque ainda para a posicao desfavoravel da maioria das regioes portuguesas e regioes do Sul de Espanha nas dimensoes relativas a saude medida pelo emprego e rendimento, colocando a Peninsula Iberica no grupo que apresenta os scores mais baixos da Europa, ao lado de regioes dos paises do Leste (e.g. Romenia, Hungria) e Sul (e.g. Grecia). Em sentido oposto, verificam-se bons desempenhos regionais nos Indices do Ambiente Fisico e Construido. A evidencia gerada pelo PHI tem o potencial de apoiar a tomada de decisao e aplicacao de politicas com vista a reducao das disparidades regionais. Dada a sua natureza multidimensional, sao dadas “pistas” sobre quais sao as areas de intervencao prioritaria onde a alocacao de recursos e investimento terao impacto positivo na saude da populacao.
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