MONITORAMENTO DE MAMÍFEROS ATROPELADOS NO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL.

O Centro Brasileiro de Estudo em Ecologia nas Estradas registrou que cerca de 475 milhoes de animais sao vitimas de atropelamentos por ano, principalmente nas rodovias de grande fluxo, localizadas proximas a areas de conservacao, areas de mata, manchas e fragmentos remanescentes. O Programa Interdisciplinar de Monitoramento de Animais Silvestres Atropelados (PIMASA) iniciou suas atividades no Noroeste do RS em Maio de 2015, diante de uma situacao incipiente de levantamento de dados, e tem como objetivos monitorar especies de mamiferos silvestres vitimas de atropelamento e coletar material para estudos da genetica de felideos. Na Metodologia os atropelamentos sao registrados por integrantes das entidades vinculadas ao programa conforme protocolo adotado divulgado em treinamentos. O monitoramento e do tipo eventual e registrado o numero absoluto de mamiferos atropelados. No caso de felideos e realizada a coleta de material biologico, conforme protocolo. Os resultados preliminares, de maio a junho, registraram 21 mamiferos atropelados, de oito especies diferentes, tres incluidas na categoria de vulneraveis a extincao (VU) (37,5%) pelos criterios da Uniao Internacional para Conservacao da Natureza. Do total de registros, dois foram gatos-do-mato-pequenos, Leopardus guttulus , nova especie descrita em 2013 para o Sul do Brasil (9,5%), um gato-maracaja, L. wiedi (4,8%), pertencem a Ordem Carnivora, Familia Felidae; um tamandua-mirim, Tamandua tetradactyla (4,8%), da Ordem Xenarthra, Familia Myrmecophagidae. O registro frequente de Felidae em pouco tempo de monitoramento pode ser devido ao relaxamento demografico de mesopredadores - diante da ausencia de grandes carnivoros, ha aumento das abundâncias relativas de predadores de menor porte. Outros motivos sao a fragmentacao de habitat e maior area de vida exigida pelos felinos, que os fazem atravessar as rodovias para buscar alimento, aumentando a possibilidade de registros de atropelamento, ainda que o monitoramento seja eventual. Com as intensas chuvas em julho, as ocorrencias e/ou registros, diminuiram. Em pouco tempo de atuacao do programa a porcentagem elevada de registros de animais raros ou em risco de extincao sao preocupantes. Os taxa classificados como VU necessitam de acoes de conservacao em um futuro imediato. Com a expansao do programa teremos mais colaboradores e maior abrangencia do monitoramento da regiao.