VIOLÊNCIA CONTRA AUTONOMIA DO IDOSO NO CONTEXTO FAMILIAR: UM RELADO DE EXPERIÊNCIA VINCULADO AO PET-SAÚDE

2016 
INTRODUCAO: Torna-se cada vez mais evidente que idosos que apresentam convivio social e familiar efetivo, nao apenas integrando, mas participando ativamente destes, conseguem aperfeicoar sua longevidade, recuperar-se de agravos a saude e manter por mais tempo sua capacidade funcional e autonomia frente a propria vida. Porem, mesmo nas situacoes em que o idoso nao e o mentor desse suporte, e importante que se fortaleca neste a consciencia de sua propria autonomia. OBJETIVO: Descrever a experiencia da pesquisadora em situacoes de violencia contra a autonomia do idoso vivenciadas a partir de visitas domiciliares vinculadas ao PET-Saude. DESCRICAO DA EXPERIENCIA: O PET-Saude EMESCAM, teve como foco de estudo a populacao idosa, em especial os idosos restritos ao lar. Em paralelo com a pratica da integracao ensino-servico-comunidade, foi realizado uma pesquisa com idosos restritos atraves de questionarios e escalas com o objetivo de identificar o perfil socio demografico e de saude dessa populacao. Dentre os questionarios, haviam os que avaliavam a funcionalidade do idoso na realizacao das atividades basicas de vida diaria, e atraves da aplicacao destes, foi observado que 52% dos idosos, considerados restritos ao lar, apresentavam, na realidade, capacidade funcional preservada. E dentre os classificados com algum grau de dependencia, 45% apresentavam pequeno grau de dependencia, o que nos levou a conjecturar sobre a razao da restricao ao domicilio, visto que funcionalmente a maioria dos idosos estao aptos para o convivio em sociedade. Coincidindo com a realidade apresentada pelos dados quantitativos, em diversos momentos durante a realizacao da pesquisa, quando questionados sobre a realizacao de tarefas como vestir-se, tomar banho, transferir-se, e outras, os relatos dos idosos foram similares a: “eu ate consigo fazer, mas meu ‘familiar/cuidador’ nao permite, por isso eu nao faco”. Ao serem questionados sobre a razao desse impedimento, os  relatos dos familiares/cuidadores, por vezes, confirmaram a queixa do idoso, e variaram entre “ele demora demais e eu prefiro fazer” e “eu prefiro fazer do que correr o risco de que ele faca e sofra algum acidente”. CONSIDERACOES FINAIS: As experiencias vividas retratam a destituicao da autonomia do idoso por parte da familia, que ao tentar proteger e cuidar, acabam por infantilizar aquele individuo, que neste momento de transformacoes tao significativas em sua vida, necessita ser e sentir-se ator de seus proprios cuidados, e responsavel por suas proprias escolhas e acoes.  Logicamente, o envelhecimento nao representa uma transicao facil tambem para o cuidador, especialmente aquele familiar que observa o lento declinio das funcoes de seu congenere, entretanto, e necessario que este e todos que rodeiam este idoso o tratem como um ser autonomo, sendo necessaria a destituicao da premente tendencia de infantiliza-lo e/ou torna-lo dependente. Dessa forma, conjectura-se sobre o papel da Estrategia Saude da Familia (ESF) neste contexto, visto que, baseando-se na perspectiva de promocao de saude e prevencao de doencas – principio norteador das acoes da ESF – esta, transforma-se em um importante instrumento para manutencao da independencia e autonomia almejada a esse idoso.
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