TRAUMATISMOS DENTÁRIOS NA INFÂNCIA: ESTUDO DE COORTE NO SUL DO BRASIL

2014 
Traumatismos dentarios sao injurias termicas, quimicas ou fisicas que afetam os dentes ou estruturas adjacentes. Traumatismos sao muito frequentes na infância devido a relacao entre fatores de crescimento, desenvolvimento fisico e psiquico, havendo menor coordenacao motora para evitar quedas. Compreender a distribuicao de frequencias nos diferentes traumatismos dentarios pode contribuir para a elaboracao de estrategias preventivas e de tratamento bem como para a organizacao de servicos de saude. O objetivo deste trabalho foi verificar a incidencia de traumatismos dentarios e relatar os tipos mais frequentes. A pesquisa de Nutricao e Saude na Infância de Porto Alegre-RS acompanhou uma coorte com 715 pares mae-filho, captados de unidades basicas de saude. A coorte ao nascimento investigou associacao entre dados sociodemograficos e alimentacao infantil, com informacoes de saude geral e saude bucal, prospectivamente coletados. Em relacao a saude bucal, foram coletados dados de 458 criancas com 2 a 3 anos de idade. Dois dentistas foram treinados e calibrados para a coleta, realizada com luz artificial. Traumatismos dentarios foram classificados de acordo com Andreasen, incluindo avaliacao de tecidos moles (fistula/edema), tecidos duros (fraturas de esmalte/esmalte e dentina ou polpa), estruturas de sustentacao (subluxacao/luxacao lateral/luxacao intrusiva/luxacao extrusiva/avulsao) e alteracao de cor da coroa. Os dados foram analisados pelo programa SPSS 20.0, apresentando frequencias absolutas e relativas. Resultados: A maioria das familias (305/458;66,4%) tem renda total de ate 3 salarios minimos, sendo que 317 (69,1%) maes apresentam escolaridade menor ou igual a 8 anos. A incidencia de traumatismos foi de 31,0%, sendo mais prevalente no sexo masculino (82/458;36,1%). O traumatismo dentario mais frequente foi fratura de esmalte (160/177; 90,40%), seguido da fratura envolvendo esmalte e dentina (11/177; 6,21%). Traumatismos de tecidos de sustentacao (3/177; 1,70%), tecidos moles (2/177; 1,12%) e alteracao de cor da coroa (1/177; 0,57%) tiveram uma menor incidencia. O grupo dental mais afetado foi dos incisivos centrais superiores (133/177; 75,14%), seguido dos incisivos laterais superiores (26/177; 14,70%). Incisivos laterais inferiores (9/177; 5,08%), incisivos centrais inferiores (8/177; 4,51%) e caninos inferiores (1/177; 0,57) foram os menos afetados. Conclusao: A incidencia de traumatismos dentarios encontrada nesta populacao e alta, porem, as mais frequentes foram fraturas de esmalte, o que indica uma menor gravidade do traumatismo. Fraturas consideradas mais graves, envolvendo dentina e polpa, tecido mole e de sustentacao foram observadas em menor frequencia. Avaliar a incidencia de traumatismos dentarios na infância e de suma importância, tanto para auxiliar em programas de tratamento ja existentes, quanto para subsidiar dados no desenvolvimento de projetos que trabalhem com a prevencao deste agravo.
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