Direitos geracionais e ação política: os secundaristas ocupam as escolas

2020 
Resumo A construcao democratica apoia-se na participacao politica de criancas e jovens, nao circunscrita as normatizacoes legais que estabeleceram a posicao de sujeitos de direitos para as criancas. Neste trabalho, discutimos como a acao politica dos estudantes secundaristas, ao ocuparem as escolas publicas ao longo de 2015 e 2016 no Brasil, politizam as relacoes intergeracionais em torno do bem educacao e fazem emergir lutas para garantir interesses e prerrogativas da geracao mais nova. Enquanto a educacao sempre foi colocada como um direito das criancas e dos jovens, a analise que desenvolvemos aqui evidencia que esse direito se qualifica como um direito geracional que empurra para lados opostos, por vezes antagonicos, adultos e criancas. Metodologicamente, ao longo dos meses de abril a julho de 2016, acompanharam-se as ocupacoes secundaristas em diferentes cidades do Estado do Rio de Janeiro em 12 escolas publicas do estado. Esse acompanhamento, de cunho etnografico, compreendeu visitas as escolas ocupadas, em algumas delas, mais de uma vez, agendadas de antemao com os comites de comunicacao de cada escola. Discute-se, a partir dos dados produzidos, como a luta pelos direitos geracionais parece se colocar como instrumento que visibiliza as contradicoes geracionais que o direito a educacao comporta.
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