Áreas urbanas marginais e projetos experimentais: subjetividades subalternas e suas territorialidades em cidades do noroeste de São Paulo

2017 
Muitas cidades do noroeste de Sao Paulo (Brasil), se desenvolveram com a chegada da ferrovia e tiveram grande prosperidade com a instalacao de plantas agroindustriais proximas a linha ferrea. No entanto, as sucessivas crises de materias-primas — como o cafe e o algodao — e a falta de investimento na rede ferroviaria brasileira levaram ao fechamento das fabricas e ao desmantelamento do transporte ferroviario. Em cidades como Presidente Prudente, Aracatuba, Birigui, Sao Jose do Rio Preto, Marilia e Assis, porcoes das areas centrais se converteram em intersticios urbanos sem destinacao especifica. Nestes locais, grandes galpoes industriais, vilas de ferroviarios em ruinas, estacoes de trem abandonadas, reservatorios d’agua velhos e secos, antigas oficinas de locomotivas danosas e cemiterios de vagoes de trem, agora sao as folhas de um passado dourado e decadente, circunscrito no centro dessas cidades. Lugares marginais, com seus usos transgressores, ocupados, em sua maioria, por: andarilhos, pessoas sem-teto e usuarios de drogas. Neste contexto, o trabalho tem sido a busca da cognicao desses espacos por meio da leitura das pistas deixadas pelas subjetividades subalternas que habitam estas territorialidades. Para estuda-los, tentou-se fazer algumas montagens e desmontagens dessas areas. “Representacoes” plurais, cartografias sensitivas, realizadas pelo metodo de investigacao-acao — de uma maneira participativa e experimental — com os usuarios do sitio; resultado de uma imersao no lugar pelo caminhar. Agenciamentos que fazem ver as areas centrais dessas cidades desde uma perspectiva do “outro”; sensibilidades manifestas com distância do enfoque tradicional do planejamento urbano, das agendas governamentais e dos interesses do mercado. Um processo que se coloca em favor de um manifesto de uma nova urbanidade — de Historias e das suas novas historicidades — capaz de conectar multiplicidades, de onde nao se poderia separar, usos transgressores, usuarios divergentes e uma paisagem infestada de contrastes. Aqui surge o conceito de “Arquitetura Marginal”, que poderia engendrar, por exemplo, ensaios na contracultura do espaco hegemonico. Isto e, projetos experimentais para as areas e seus agentes dissidentes, talvez habeis em gerar informacao nova e novas ideias sobre o territorio e suas territorialidades
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