BIOATIVIDADE DO INIBIDOR DE PROTEASE DE ENTEROLOBIUM CONTORTISILIQUUM (VELL.) MORONG SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO MOSQUITO AEDES AEGYPTI E SUA MICROBIOTA INTESTINAL.

Insetos urbanos constituem diferentes entraves ao desenvolvimento humano agindo como pragas agricolas e vetores de doencas. Muitas vezes, os produtos quimicos utilizados no controle dos insetos causam danos ao meio ambiente e podem causar o surgimento de organismos resistentes. Desta forma, nas ultimas decadas houve um aumento na busca por novas moleculas que possuam atividades inseticidas e que nao se acumulem no ambiente. Os inseticidas de origem vegetal mostram um grande potencial, tais como os inibidores de proteases. Assim, o presente projeto avaliou as propriedades biologicas de um inibidor de protease de Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong, uma leguminosa nativa da Caatinga cearense. O extrato proteico bruto (EcEB) da farinha delipidada das sementes foi submetido a precipitacao por acido tricloroacetico (TCA) 20% com uma concentracao final de 5% (F5). Em seguida, a F5 foi aplicada a cromatografia de troca ionica dietilaminoetil (DEAE) para a retirada do pico (P200) eluido com tampao Tris-HCl 50 mM pH 7,5 com 200 mM de NaCl. O P200 foi submetido a cromatografia de afinidade de Sepharose 4B com tripsina acoplada para purificacao do inibidor de tripsina (EcTI). A eletroforese mostrou uma diversidade de bandas para o EcEB e que o processo de purificacao foi eficaz. Apos a purificacao, o EcEB e o EcTI foram avaliados quanto aos seus efeitos sobre as larvas de Aedes aegypti e sobre suas bacterias intestinais. A concentracao letal minima para matar 50% dos individuos (CL50) foi determinada para o EcEB (519,56 µg/mL) e para o EcTI (>1 mg/mL). Alem disso, o EcTI mostrou-se capaz de retardar o desenvolvimento de larvas do mosquito em situacao de ingestao cronica e bacteriostatico frente as bacterias intestinais de larvas L4 do mosquito. Os resultados obtidos do efeito do EcTI sobre o desenvolvimento e o crescimento das bacterias intestinais de larvas de Ae. aegypti sugerem que essa molecula possui um grande potencial para desenvolvimento de novos inseticidas.