O impacto financeiro da radioiodoterapia ambulatorial com iodeto de sódio I-131 para o tratamento de pacientes com carcinoma diferenciado da tireoide de baixo risco em relação às doses hospitalares

Introducao :O carcinoma diferenciado da tireoide (CDT) e classificado em baixo, intermediario e alto risco conforme a possibilidade de recidiva e mortalidade. O tratamento inicial e cirurgico seguido ou nao de radioiodoterapia. O CDT de baixo risco e a neoplasia maligna endocrina de maior prevalencia no mundo, com excelente prognostico e sobrevida media em 10 anos ultrapassando 95%. Ate 2013, a menor atividade de Iodo-131 autorizada pelo SUS no tratamento de pacientes com CDT de baixo risco era 3700MBq, que necessitava de internamento hospitalar pelas normas da Comissao Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Trabalhos mostraram que doses menores de I-131 (ate 1850MBq) eram tao efetivas quanto as de 3700MBq no tratamento de CDT de baixo risco e, em 2014, a portaria no 7 do Ministerio da Saude de 03/01/2014 incluiu no rol de procedimentos do SUS o uso de atividades mais baixas (1110MBq e 1850MBq)  para este fim. Simultaneamente a CNEN modificou a norma NN 3.05 possibilitando o uso ambulatorial de atividade ate 1850MBq.  Objetivo : Avaliar o impacto financeiro da adocao da radioiodoterapia ambulatorial em pacientes com CDT de baixo risco quando comparada a dose hospitalar.  Metodos: Analise do numero de pacientes portadores de CDT de baixo risco que foram tratados com dose ambulatorial I-131 no periodo compreendido entre agosto/2014 e janeiro/2017 em servico de medicina nuclear do Recife. Foi calculado o custo das doses ambulatoriais versus hospitalares.  Resultados: No total foram avaliados 289 pacientes, dos quais 191 pacientes tomaram 1110MBq e 96, 1850MBq. Os custos totais das doses ambulatoriais e hospitalares foram de R$:144.987,30 e R$:372.781,10, respectivamente, resultando numa economia de R$:227.793,80.  Conclusao: A radioiodoterapia ambulatorial no tratamento de pacientes com CDT de baixo risco gerou uma reducao de 61,10% na despesa do SUS alem de possibilitar maior celeridade no atendimento devido a nao necessidade de internamento hospitalar.