As representações sociais da soropositividade entre as mulheres e a adesão ao tratamento

2003 
Introducao: a adesao a terapia anti-retroviral e essencial para o sucesso terapeutico do paciente com HIV/AIDS. Estudos indicam que as diferencas de genero podem interferir na adesao a tratamento. Homens e mulheres estao expostos de maneira diferenciada as influencias sociais e culturais, assim como o acesso a bens materiais e simbolicos e e desigual. Metodologia: foi realizado um estudo qualitativo baseado na teoria das representacoes sociais (Moscovici, 1978). Trinta e dois pacientes com AIDS (16 homens e 16 mulheres) que aderiam e nao aderiam ao tratamento foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada. A entrevista procurou investigar a relacao do sujeito com sua condicao de soropositivo e com seu tratamento anti-retroviral. As entrevistas foram submetidas a uma analise de conteudo por categoria (Bardin, 1977). Resultados: diferencas expressivas foram encontradas no grupo das mulheres em comparacao ao grupo dos homens, independente delas serem aderentes ou nao ao tratamento anti-retroviral. As diferencas mais significativas foram: 1) a falta de percepcao de risco para a aquisicao do HIV; 2) um menor grau de apoio/acolhimento por parte dos parceiros/familiares e meio social; 3) uma preocupacao maior voltada para os outros (filhos/familiares) do que em relacao a si propria; 4) um impacto intenso das perdas sociais e afetivas acarretadas pelo HIV. Conclusao: poder conhecer e entender as diferencas de genero associada as representacoes sociais da soropositividade permitem compreender melhor o complexo tema da adesao ao tratamento. A elaboracao de estrategias que contemplem as diferencas de genero precisa ser formuladas. A mulher parece necessitar de um apoio maior por parte dos servicos de saude.
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