Dinâmica de formação de biofilmes por Salmonella Enteritidis sob diferentes temperaturas e o efeito de tratamentos para a remoção

2015 
A Salmonella Enteritidis vem se destacando como o sorotipo mais comum nos seres humanos em âmbito mundial, sendo o principal causador de surtos de doencas transmitidas por alimentos. A Salmonella spp. pode aderir e formar biofilmes em superficies inertes de processamento de alimentos que, uma vez formados, agem como pontos de contaminacao constante. Microrganismos na forma sessil resistem significativamente mais aos agentes empregados nos procedimentos de higienizacao, que consistem no uso de agua quente, detergentes e sanificantes, visando reduzir os microrganismos ate niveis seguros e obter um produto de boa qualidade higienico-sanitaria. Com base na relevância destes temas, esta dissertacao foi elaborada com dois artigos cientificos. No Capitulo 1 foram comparados dois metodos laboratoriais para remover biofilmes de Salmonella spp., cultivadas in vitro em superficie de aco inoxidavel proveniente de industria de alimentos. Utilizaram-se, na etapa de remocao, o turbilhonamento com vortex por 2 min, e o metodo de sonicacao por 10 min (banho de ultrassom, com frequencia de 40 kHz e potencia de 81 W). Apesar de nao encontrarmos diferenca estatistica entre os metodos, o uso do ultrassom foi escolhido como padrao para a desadesao devido a facilidade de uso e as propriedades hidrodinâmicas que desestabilizam a estrutura do biofilme. No Capitulo 2 avaliou-se a capacidade da SE formar biofilme em diferentes superficies e processos de higienizacao. Nos procedimentos de higienizacao os cupons permaneceram por 3 minutos imersos em agua esteril aquecida a 45oC e a 85oC, e nas solucoes de acido peracetico 0,5% e amonia quaternaria 1%, por 5 minutos. A aderencia bacteriana indicou que ambas as SE aderiram ao polietileno, poliuretano e no aco inoxidavel. Entre as temperaturas de exposicao, a SE 84 e a SE 106 aderiram sob todas as temperaturas de exposicao, 3°C, 9°C, 25°C, 36°C e 42°C, aumentando a adesao conforme subia a temperatura, mas sem diferenca estatistica. O acido peracetico e a agua a 85oC tiveram acao semelhante na remocao do biofilme. Ja a agua a 45oC nao foi eficaz, ficando proximo do controle. O outro sanitizante testado, a amonia quaternaria, removeu o biofilme, mas com menor eficacia comparado ao acido peracetico. De maneira geral, os resultados demonstraram que esses materiais, utilizados na industria de alimentos, propiciaram a aderencia das SE nas diferentes condicoes ambientais. Enfatiza-se a formacao de biofilmes em temperaturas de refrigeracao, principalmente a 3°C, ate entao nao descrita como possivel para crescimento de Salmonella spp. nestas superficies. Nossos resultados sao, portanto, importantes para o desenvolvimento de estrategias de controle de biofilmes de Salmonella e pode auxiliar a industria avicola a ter um maior conhecimento das reais condicoes dos abatedouros, levando a um aprimoramento das condicoes higienicas destes estabelecimentos
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