ANÁLISE DA TOLERÂNCIA DE LEVEDURAS DECOMPOSITORAS DE BIOMASSA LIGNOCELULÓSICA FRENTE A ALTAS CONCENTRAÇÕES DE ETANOL E A VARIAÇÕES DE pH DO MEIO

2016 
Alem de ser o segundo maior produtor de alcool combustivel do mundo, o Brasil tem a cana-de acucar como principal materia prima para a producao de etanol de primeira geracao. Para elevar a sua producao sem aumentar a area de cana-de-acucar plantada, e necessaria a fermentacao alcoolica dos carboidratos pertencentes a biomassa lignocelulosica presentes na palha e no bagaco da referida graminea. Mas a eficiencia desse processo fermentativo, responsavel pela obtencao do chamado etanol de segunda geracao, depende do emprego de leveduras que, ao mesmo tempo, devem dispor de enzimas capazes de promover a metabolizacao dos carboidratos da biomassa em questao e tolerar as condicoes de estresse encontradas nas dornas de fermentacao, como altas concentracoes de etanol e baixos niveis de pH nas fases finais do processo. Contudo, a levedura Saccharomyces cerevisiae , embora seja o microrganismo melhor adaptado a processos industriais de fermentacao alcoolica, e incapaz de fermentar significativa parcela dos carboidratos presentes nessa biomassa lignocelulosica. Assim, no intuito de selecionar especies que possam contribuir para a viabilizacao da producao de etanol de segunda geracao, o presente trabalho se propos a analisar leveduras isoladas de ambientes naturais diante de condicoes de estresse similares as empregadas na industria sucroalcooleira. Para isso foram selecionadas cinco linhagens para serem cultivadas em meios de diferentes valores de pH (3,0, 5,0 e 8,0) e tambem em meios com adicao de 50 ou 100 g/L de etanol. Todas as cepas testadas FLONA-CE-3.4, UFFS-CE-3.6, CHAP-018, CHAP-025 e UFFS-CE-3.1.2 tiveram crescimentos muito semelhantes nos meios com pH 3 e 8, variando pouco com o crescimento em pH 5, demonstrando tolerância aos niveis de pH testados. Os perfis de consumo de acucares e de producao de etanol de cada cepa tambem nao foram alterados diante da variacao de pH imposta. Em relacao aos crescimentos nos meios com presenca de 5% e 10% de etanol, contudo, somente a UFFS-CE-3.6 cresceu e foi capaz de consumir a glicose do meio, mas apresentou um crescimento tardio, depois de 15 h de fase lag em relacao aos meios de crescimento sem etanol testados. Desse modo, pode-se ampliar o conhecimento das especies da microbiota brasileira em relacao a resistencia a condicoes de estresse celular encontradas na industria e facilitar o emprego dessas especies para melhor viabilidade fermentativa na industria.
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