A baixa do noroeste argentino e a sela da Argentina: interações com o transporte de umidade e com sistemas convectivos.

2018 
A Baixa do Noroeste Argentino (BNOA) e uma baixa pressao termo-orografica que e separada dos ventos de oeste de latitudes medias por uma Sela no campo de pressao, denominada de Sela da Argentina. A formacao e intensificacao da BNOA geram ventos mais intensos de norte a leste dos Andes que transportam calor e umidade para os subtropicos sul-americanos. A formacao da Sela da Argentina preconiza maxima frontogenese, maximo gradiente de temperatura potencial equivalente e maxima adveccao fria, o que acarreta em maximos de precipitacao no entorno da Sela. Visto esses cenarios ja descritos pela literatura, o presente trabalho seguiu tres vertentes de estudos de caso de verao para investigar o papel da BNOA e da Sela da Argentina no transporte de umidade e para a formacao de sistemas convectivos de mesoescala (SCM) e de um mesociclone nos subtropicos da America do Sul. Para isso, foram utilizados dados de reanalise ERA-interim (ECMWF), dados de precipitacao do TRMM e imagens de satelite (GOES-13) para nebulosidade. Foi possivel identificar e classificar a elevada (baixa) variacao da intensidade da BNOA e da magnitude do gradiente zonal do geopotencial sobre grande parte da Argentina entre 2 e 3 de janeiro de 2016 (entre 23 e 24 de janeiro de 2016) como sendo um caso de forte (fraco) ciclo diurno. Para o caso de fraco ciclo diurno, a permanencia da BNOA durante a noite permitiu que o vento fosse acelerado geostroficamente, gerando um transporte supergeostrofico de umidade a sudeste da Baixa, o que acarretou em chuvas nos extratropicos. Nesse caso, o gradiente zonal do geopotencial foi progressivamente intensificado ao longo do dia e aquela Baixa esteve acoplada a um cavado ao sul. Para o caso de forte ciclo diurno, o transporte de umidade foi predominantemente subgeostrofico e as chuvas associadas estiveram mais ao norte e leste da BNOA. Nesse caso, foram observados menores valores, a partir de um limiar, do maximo transporte de umidade em relacao ao caso anterior. Na segunda vertente do trabalho, foi verificado que a presenca da Sela da Argentina constituiu um aspecto importante para formacao de celulas convectivas entre 21 e 23 de dezembro de 2015. Essa Sela favoreceu contraste maximo de temperatura e umidade, e convergencia dos ventos em baixos niveis. Adicionalmente a isso, a Sela da Argentina propiciou com que mecanismos em baixos niveis favoraveis a conveccao entrassem em fase. Situacao semelhante sobre a funcionalidade da Sela da Argentina ocorreu em 18 de dezembro de 2015, quando essa Sela propiciou contraste intenso de massas de ar num ambiente baroclinico sob uma atmosfera que foi previamente alimentada de calor e umidade. Nesse mesmo dia foi notada uma pre-condicao da rotacao dos ventos e a consequente formacao de um mesociclone nos subtropicos sul-americanos. Esse caso constituiu a terceira vertente de estudo do presente trabalho.
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