Avaliação da expressão de células supressoras derivadas de linhagem mielóide antes e após quimioterapia de indução em pacientes pediátricos com leucemia linfoblástica aguda de células precursoras b
2018
A leucemia linfoblastica aguda (LLA) e uma doenca maligna caracterizada por proliferacao clonal
e acumulo de celulas progenitoras que estao envolvidas na diferenciacao de celulas linfoides na
medula ossea e, consequentemente, na supressao da hematopoiese normal e na substituicao de
elementos normais, afetando outros orgaos, como figado, baco, nodulos linfaticos, timo,
testiculos, sistema nervoso central e meninges. O sucesso no tratamento da LLA-B pediatrica
aumentou consideravelmente nas ultimas decadas e novas estrategias de tratamento e manejo
alcancaram uma taxa de sobrevida livre de doenca de mais de 90% para pacientes pediatricos.
Apesar disso, muitos pacientes apresentam recidiva da doenca apos a resposta inicial e este evento
pode estar associadas a modulacao imunologica no local do tumor. De fato, no microambiente
tumoral, a imunossupressao e um evento comum e resulta da inibicao de celulas imunes ativadas e
da geracao de celulas com uma capacidade imunossupressora mais forte, denominadas celulas
supressoras derivadas da linhagem mieloide (MDSCs). As MDSCs representam uma populacao
heterogenea de celulas mieloides imaturas (IMCs) que derivam de um progenitor mieloide comum
e que possuem forte atividade imunossupressora sobre a funcionalidade das celulas T CD8+ e das
celulas NK (natural killer). A presenca dessas celulas no microambiente tumoral foi associada a
progressao tumoral, angiogenese, invasao local, metastase e resistencia quimioterapica. O objetivo
deste estudo foi avaliar a expressao de celulas supressoras derivadas da linhagem mieloide (MMDSCs
especificamente) antes e apos a quimioterapia de inducao em pacientes pediatricos com
diagnostico de leucemia linfoblastica aguda de celulas precursoras B (LLA-B) e, alem disso,
verificar se o tratamento quimioterapico possui qualquer efeito sobre estas celulas. Amostras de
sangue periferico (PB) e medula ossea (BM) foram coletadas de 15 pacientes pediatricos nao
tratados e selecionados de forma randomica. A idade variou entre 1 e 17 anos, com media de 8,5
anos. A expressao de M-MDSCs foi avaliada no momento do diagnostico e no final da
quimioterapia de inducao por citometria de fluxo. Nossos dados mostraram um aumento da
expressao de M-MDSCs em 60% (9/15) dos pacientes ao final da terapia de inducao, em ambos os
compartimentos avaliados. Esses dados foram estatisticamente significativos para analise
realizada em medula ossea e em sangue periferico, p=0,0012 e p= 0,0006, respectivamente. No
entanto, nao conseguimos associar o aumento na expressao de M-MDSCS com as variaveis idade,
sexo, estratificacao de risco e achados geneticos. Em resumo, o aumento da expressao de MMDSC
foi observado ao final da quimioterapia de inducao, o que nos leva a acreditar que essas
alteracoes, provavelmente, possam ter sido induzidas pelo processo inflamatorio gerado pelo
tratamento citotoxico ou pelos farmacos utilizados no tratamento quimioterapico. Os dados
apresentados em nosso estudo sugerem que a expressao de M-MDSCs deve ser avaliada na
proxima revisao do protocolo GBTLI (grupo brasileiro para o tratamento de leucemias infantis)
pois pode ser util para orientar novas abordagens terapeuticas contemplando drogas
imunomoduladoras que atuam na deplecao dessas celulas.
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