FLUXOS DE CALOR E TRANSFERÊNCIA DE ENERGIACALORÍFICA ENTRE O OCEANO E A ATMOSFERA SOBREESTRUTURAS OCEÂNICAS DE MESOESCALA NO ATLÂNTICO SUL

2012 
A compreensao das interacoes entre oceano e atmosfera em regioes de frentes oceanograficas e de vital importância para o melhoramento de modelos numericos de previsao do tempo e clima. No Oceano Atlântico Sul (OAS) o encontro entre as aguas quentes da Corrente do Brasil (CB) com as aguas frias da Corrente das Malvinas (CM), na regiao denominada Confluencia Brasil-Malvinas (CBM), resulta em intensa atividade oceânica de mesoescala e, por esse motivo, essa regiao e considerada uma das mais energeticas do Oceano Global. As interacoes resultantes do contraste termal ao longo de regioes de frentes oceanograficas no OAS sao investigadas neste trabalho atraves de estimativas de fluxos de calor baseadas em dados de satelite e dados coletados in situ. Os resultados do trabalho demonstram que a resposta aos contrastes termais encontrados no oceano se da na forma de fluxos de calor e que esses fluxos sao fundamentais na modulacao da Camada Limite Atmosferica (CLA). As estimativas com base em dados coletados in situ demonstram que no lado quente (norte) da frente oceanografica os fluxos sao mais intensos (calor latente: 62 W/m² e calor sensivel: 0,6 W/m²) que nos lado frio (sul) (calor latente: 5,8 W/m² e calor sensivel: -13,8 W/m²). Na Corrente Sul Atlântica (CSA), ao longo do paralelo de 30° S, os fluxos de calor estao diretamente relacionados a caracteristica meandrante da corrente. Os dados coletados in situ, alem de possibilitarem estimativas de fluxo de calor com uma melhor resolucao espacial, foram usados no desenvolvimento de uma nova metodologia para estimativa da energia calorifica trocada entre oceano e atmosfera em virtude da presenca de estruturas oceânicas de mesoescala. Essa metodologia consiste na comparacao entre um perfil de radiossonda tomado sobre aguas da estrutura de interesse e outro tomado sobre aguas que nao pertencem a essa estrutura. A metodologia desenvolvida foi utilizada para determinar a transferencia de energia calorifica entre oceano e atmosfera em tres estruturas amostradas no OAS. A estimativa da energia calorifica transferida por um vortice quente desprendido da CB aponta para uma energia na forma latente (sensivel) de 1,6 1017 J (-2,8 1016 J) que corresponde a aproximadamente 0,011 % da energia calorifica total do vortice transferida durante o experimento de campo e de 0,78 % da energia do vortice transferidos durante o tempo suposto de vida do vortice (3 meses). Ao longo da CSA, duas estruturas oceânicas foram estudadas: (i) um meandro frio que recebe da atmosfera uma energia na forma latente (sensivel) de 1,4 106 J/m2 (5,4 105 J/m2) e (ii) aguas mais quentes associadas a um vortice desprendido da Corrente das Agulhas (CA) que transferem para a atmosfera uma energia calorifica de aproximadamente 4 106 J/m2 e 5,7 106 J/m2 nas formas latente e sensivel, respectivamente. As estimativas da transferencia de energia calorifica sobre estruturas oceânicas de mesoescala demonstram claramente a importância destas nas trocas de calor entre o oceano e a atmosfera e devem ser levadas em consideracao em trabalhos futuros sobre o tema no OAS.
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