DE PROCUSTO À ESTAMIRA: CONTRAPONTOS A UMA FORMAÇÃO MEDICALIZADA
2018
No curso da existencia humana, inumeras conceituacoes tentaram apreender o sofrimento humano, desde o capricho dos deuses ao estatuto do patologico. A partir de estudos dos anos 70, surgiu a concepcao da medicalizacao, ou da apropriacao medica de problemas nao-medicos, esse fenomeno social complexo atua como um gestor da vida e desloca a funcao de cuidado da Medicina para prescritora de tecnicas e orientacoes que visam remodelar o corpo em detrimento da mente. A reflexao sobre Estamira (PRADO, 2006) - protagonista do documentario de mesmo nome que trabalhava como catadora de lixo em um aterro sanitario do Rio de Janeiro (RJ) – estabelece um modelo interpretativo em que e possivel contrapor-se as exigencias mercadologicas da sociedade. A oposicao se configura mediante o retorno a valorizacao da clinica e, por conseguinte, das relacoes intersubjetivas. Atraves da abordagem exploratoria e qualitativa sobre a medicalizacao e formacao academica, objetiva-se compreender a evolucao do processo medicalizante no cerne da formacao universitaria e quais as alternativas a hegemonia somatica, referendada em criterios estatisticos e tecnologicos. A partir disso, propoe-se uma flexibilizacao da norma academica tendo em vista a Universidade como espaco de producao de conhecimento metalinguistico. Enquanto instituicao deve promover a confluencia de saberes visando interesse social, fornecendo mao-de obra humana disposta a compreender o sofrimento e necessidades do outro, enquanto “soma” e “psique”. Subjetivo e objetivo sao qualidades inerentes ao conhecimento, portanto, afastar-se deste axioma e agir mediante a operacionalidade. Esse afa determinista viabiliza fundamentalismos, pois exaurindo o sofrimento humano ate dimensoes “nanoscopicas” juntamente com o conhecimento. Palavras-chave : Medicalizacao, formacao academica, clinica.
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