Evolução clinica, laboratorial, ultra-sonografica e endoscopica de pacientes com trombose de veia porta diagnosticada na faixa etaria pediatrica

2007 
A trombose de veia porta (TVP) e uma importante causa de hipertensao portal na faixa etaria pediatrica (FEP). As principais formas de apresentacao clinica sao hemorragia digestiva alta (HDA) e esplenomegalia. Ha pouca informacao sobre a evolucao dessa doenca em criancas. O objetivo desse estudo foi avaliar a evolucao clinica, laboratorial, ultra-sonografica e endoscopica de pacientes com TVP na FEP. Foi realizado um estudo descritivo e longitudinal de 51 pacientes com TVP sem doenca hepatica cronica associada acompanhados no Ambulatorio de Hepatologia Pediatrica do Hospital de Clinicas da Faculdade de Ciencias Medicas da Universidade Estadual de Campinas entre janeiro de 1986 e junho de 2006. Elaborou-se uma ficha de coleta de dados, a partir dos prontuarios dos pacientes incluidos, que constou dos seguintes itens: identificacao e avaliacoes clinica, laboratorial, ultra-sonografica e endoscopica. Da avaliacao laboratorial, foram obtidos os resultados dos seguintes exames: eritrograma, leucograma, contagem de plaquetas, RNI e R. Foram selecionados os resultados dos primeiros e ultimos exames realizados, e os que foram coletados proximo ao ultra-som de abdome em que havia o resultado da dimensao do baco. A analise estatistica foi descritiva para os indicadores clinicos e, para analise das variaveis, foram empregados os testes de McNemar, Mann-Whitney e coeficiente de correlacao de Spearman. A analise de sobrevida dos pacientes foi realizada pelo metodo de Kaplan-Meier. Foi adotado nivel de significância de 5%. HDA e esplenomegalia foram as principais formas de apresentacao clinica que justificaram o encaminhamento para investigacao, com frequencia de 66% e 22%, respectivamente. As medianas da idade do inicio dos sintomas foi de 3,7 anos e do tempo de seguimento foi de 4,8 anos. O fator de risco (FR) associado a TVP nao foi identificado na maioria dos casos. Quando identificado, o mais frequente foi o cateterismo umbilical (27,5%). A frequencia da HDA foi alta na admissao (66%) e na evolucao (78%). A esplenomegalia ja estava presente ao exame fisico em 83,7% dos casos na admissao. A maioria dos pacientes apresentava niveis sericos de aminotransferases normais e alta frequencia de anemia, leucopenia e plaquetopenia. Com a evolucao, observaram-se melhora da anemia e persistencia da leucopenia e da plaquetopenia. A comparacao entre a dimensao esplenica e a contagem de leucocitos, plaquetas e valores de R mostrou diferenca estatistica, sendo inversamente proporcional para o numero de leucocitos e de plaquetas e diretamente proporcional para o R. Cinquenta pacientes foram submetidos a endoscopia digestiva. Ao diagnostico, 88% dos pacientes apresentavam varizes de esofago (VE), 50% varizes gastricas (VG) e 22% gastropatia da hipertensao portal (GHP). As ultimas endoscopias evidenciaram VE em 73%, VG em 60% e GHP em 41% dos pacientes. Escleroterapia e/ou ligadura de varizes esofagicas foram realizadas em 41 pacientes, sendo a maioria dos procedimentos realizados no primeiro semestre apos o inicio da terapia endoscopica (p<0,001). Biliopatia portal foi diagnosticada em 4 pacientes. Tres pacientes foram submetidos a shunt porto-sistemico. Evolucao para obito ocorreu em 3 pacientes. Em conclusao, HDA, esplenomegalia e hiperesplenismo devem alertar o medico para o diagnostico de TVP. A maioria dos casos permanece sem FR conhecido. O sangramento digestivo ocorreu na maior parte dos pacientes e motivou multiplas transfusoes. A doenca apresenta baixa mortalidade, mas alta morbidade Abstr
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