Saúde coletiva e simulação realística: experiência prática em imunização.

2018 
Apresentacao: O estagio em ensino e uma disciplina frequentemente ofertada nos cursos de pos-graduacao stricto sensu como uma forma de capacitar os alunos para que possam exercer a profissao de educadores em ensino superior no Brasil. O objetivo da disciplina e uma troca de saberes e praticas entre o educador, aluno da pos graduacao e alunos da graduacao para que possa vivenciar/experienciar o contexto sala de aula. Com o atual questionamento das metodologias tradicionais de ensino e as novas exigencias de mudanca deste padrao, as metodologias ativas de ensino-aprendizagem vem tomando conta do cenario do educar. A simulacao realistica e uma estrategia utilizada como norteadora de uniao da situacao real, raciocinio clinico e pautada na busca para a resolucao do problema. Unindo o estagio em ensino como ferramenta de formacao profissional e a simulacao realistica como possibilidade de intervencao, alunos do mestrado profissional em ciencias da saude desenvolveram uma pratica com a tematica, “imunizacao em saude”, com o objetivo de promover o ensino/aprendizagem para alunos que cursaram a disciplina Saude Coletiva II em uma universidade publica do interior de Minas Gerais. Objetivo: promover ensino sobre imunizacao tendo como eixo norteador a metodologia ativa - simulacao realistica. Desenvolvimento do trabalho: A intervencao foi planejada para ser aplicada em aula pratica com a tematica “imunizacao em saude”, contemplando graduandos em enfermagem do sexto periodo. Apos a explanacao em aula teorica sobre a tematica, ocorreu em dias diferentes, seguindo a sequencia, aula teorica e depois aula pratica. A disciplina contou com 42 alunos no total, sendo divididos em 4 grupos de 10 a 12 alunos por pratica ,a mesma efetivou-se em um laboratorio de simulacao perfazendo uma carga horaria de 04 horas por pratica. O grupo de elaboracao desta simulacao contou com duas professoras da fraduacao e tres alunos cursando a disciplina de estagio em ensino na pos-graduacao. Dividida em tres momentos distintos, porem interligados onde cada momento ocorria em um ambiente denominado “estacao pratica”. O primeiro momento abordou a tematica “rede de frios”, o segundo “conferencia e registo de cartao vacinal” e o terceiro “administracao de imunobiologico”. Com as tres areas tematicas foram possiveis a abordagem dos principais eixos de armazenamento e condicionamento de imunobiologico; calendario vacinal (checagem e registro) e preparo/administracao de um imunobiologico. A primeira estacao apresentou como deve ser o correto armazenamento e condicionamento de um imunobiologico (vacinas) em uma geladeira em rotina de uma sala de imunizacao, seguindo o manual de normas e procedimentos em imunizacao do Ministerio da Saude de 2014. Metade do grupo (seis alunos) deparavam se com uma geladeira e numa bancada os recipientes de vacinas (frasco, ampola, bisnaga – ambos simulados) com pelo menos uma amostra para cada vacina, conforme preconizado pelo calendario vacinal atualizado (2017), termometro de geladeira, gelox, caixas termicas e recipientes para dispor os frascos. O grupo foi convidado a montar uma geladeira e uma caixa de transporte de condicionamento de vacinas, conforme as normas nacionais, durante essa montagem recebiam a visita de um ator - fiscal da vigilancia sanitaria- que cobrava a regulamentcao da mesma. Foram distribuidos 40 minutos no total, 25 para a montagem e 15 para a discussao e fechamento. Apos o termino, o condutor da intervencao discutiu junto ao grupo, a correta forma de montagem, dialogava sobre as duvidas que surgiram durante o processo. Finalizado o primeiro momento, este grupo se encaminhou para a segunda estacao, enquanto a outra metade iniciava o primeiro momento (rodizio). A segunda estacao teve o objetivo trabalhar o calendario vacinal na perspectiva da conferencia do cartao e registro vacinal. Foram formulados cinco casos clinicos distintos para que os alunos fossem convidados a refletir sobre o atual estado vacinal do cliente e quais condutas seriam tomadas, contemplavam a simulacao do cartao de uma crianca, um adolescente, um adulto, um idoso e uma gestante. Para cada caso, uma problematica foi criada e os alunos eram indagados sobre a situacao vacinal atual, quais vacinas poderiam ser administradas, como seria realizado, o registro da vacina atual , do agendamento das proximas vacinas, via cartao e outas indagacoes pensando na problematizacao da realidade. Neste momento, os alunos se sentaram em circulos, apos a leitura, o grupo analisava e pautava qual intervencao, com base na melhor tomada de decisao. O tempo foi 60 minutos para discussao dos casos e propostas de cuidado prescritas. Ao passar pela terceira estacao, cada dupla de alunos que compoem o grupo, escolheu um caso para preparar e administrar a vacina que foi abordado pelo momento anterior. O objetivo foi trabalhar o preparo de um imunobiologico e sua administracao. O laboratorio onde aconteceu a intervencao possuia manequins humanos para simulacao (homem, mulher, idoso, crianca e recem-nascido) para que os alunos pudessem delimitar o local correto e realizar a tecnica de aplicacao conforme preconizado. Tambem no laboratorio, uma bancada com seringas e agulhas diversas, alcool 70%, algodao, descarpax e luvas foi montada para que todo o processo realistico pudesse ocorrer. Cada dupla, baseado no caso escolhido, selecionou os materiais necessarios para a imunizacao, o imunobiologico na caixa termica conforme preparado no primeiro momento e entao realizava a no manequim humano disponivel. Resultados e discussoes: Ao final dos tres momentos, os alunos experienciaram o cotidiano basico de uma sala de imunizacao e puderam nao somente visualizar, mas tambem, praticar todo o seu processo, perpassando pelo armazenamento e condicionamento; conferencia e registo; preparo e administracao de um imunobiologico. Ao experenciar esse processo, a simulacao realistica permite aprendizagem de competencias tecnicas e comportamentais, pois vivenciam situacoes de lideranca, autonomia, proatividade, avalia conhecimento, reforca pontos fortes e identifica oportunidade de melhorias, oportunizando assim ao processo formativo corrigir falhas e duvidas de forma segura e eficiente. A partir do processo de construcao desta estrategia de intervencao em ensino, foi compreendida que a metodologia ativa de ensino-aprendizagem e uma alternativa viavel, potente e inovadora, pois a simulacao realistica aproxima o aluno da realidade e faz com que sua pratica seja tecida de forma palpavel, factual e legitima com o cotidiano. Consideracoes finais: Ao observar a construcao desta intervencao e possivel mencionar a dificuldade em encontrar na literatura nacional, modelos que pudessem auxiliar na modelagem desta pratica e o atual modelo estrutural de nossas universidades publicas, que muitas vezes nao possuem professores suficientes (quantitativamente e qualitativamente) para este tipo de intervencao, alem das estruturas fisicas que nao propriciam espacos amplos que favorecam. Podemos salientar como ponto forte desta pratica, que o protagonizar experiencias dessa natureza no processo formativo estimula o raciocinio do ensinar sob uma nova prespectiva de (re) modelagem do ensino. Os desafios encontrados na literatura, na estrutura e na efetivacao do plano de aula, fez com que muitas nuances emergissem sobre o processo de ensinar a aprender e aprender a ensinar, tornando a disciplina de estagio em ensino, um espaco de construcao, desconstrucao e reconstrucao do Ser educador.
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