A contribuição dos polimorfismos (SNPs) do FTO e UCP-1 com a obesidade extrema e fatores de risco cardiovascular em indivíduos brasileiros

2011 
A obesidade tem se tornado uma patologia comum associada com significativa morbidade, mortalidade e efeitos adversos na qualidade de vida. Varios genes candidatos tem sido associados com a obesidade, desordens metabolicas e diabetes. Tem sido demonstrado que polimorfismos em dois dos mais proeminentes, FTO (Fat Mass and Obesity gene associated) e UCP-1 (proteina desacopladora 1), estao hiperexpressos na populacao caucasiana obesa. A associacao do polimorfismo destes genes com o fenotipo de obesidade e com uma populacao multi-etnica como a populacao Brasileira ainda nao foi descrita. Com o objetivo de avaliar a associacao entre o polimorfismo do gene do FTO e do gene da UCP-1 com obesidade extrema e com fatores de risco cardiovascular numa populacao multi-etnica, nos genotipamos SNPs (polimorfismos de um unico nucleotideo) rs9939609 no FTO e rs6536911, rs22705565 e rs12502572 no gene da UCP-1 de 126 brasileiros obesos morbidos [indice de massa corporal (IMC) . 42.9 } 5.6 kg/m2] e 113 controles nao obesos pareados etnicamente (IMC 22.6 } 3.5 kg/m2). A circunferencia abdominal, a pressao arterial sanguinea, a glicose e o perfil lipidico foram tambem mensurados. A genotipagem foi realizada usando TaqMan. SNP Genotyping Assays. Cada amostra foi tambem genotipada para 40 pequenos polimorfismos de insercao/delecao bialelicos (indels) para estabelecer a ancestralidade da populacao estudada e para a determinacao da proporcao de ancestralidade biogeografica de Europeus, Africanos e Amerindios na populacao Brasileira. O polimorfismo do SNP FTO rs9939609 e o polimorfismo do SNP da UCP-1 rs6536911 foram associados significativamente com o IMC (p= 0.04 e p<0.0001 respectivamente). Uma relacao dependente do alelo de risco rs6536911 com o IMC foi observada nos controles. Nao houve nenhuma outra associacao significativa entre os SNPs estudados e a hipertensao, dislipidemia e o diabetes apos a correcao para o IMC e nao observamos um efeito sinergico significativo entre os SNPs do FTO e do UCP-1 com a obesidade. Os casos nao apresentaram diferenca estatisticamente significativa dos controles em relacao a proporcao de ancestralidade genomica. Nossos dados demonstraram um papel consistente das variantes comuns do FTO rs9939609 e da UCP-1 rs6536911 como possiveis contribuintes para a obesidade na populacao Brasileira, mas nao com os fatores de risco cardiovascular. Nao se demonstrou efeito sinergico entre os polimorfismos e nao houve diferenca na ancestralidade genomica biogeografica da populacao brasileira com obesidade extrema e nos controles.
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