Vulnerabilidade e precariedade em uma favela carioca: ruídos, controles e convenções a partir do Programa Bolsa Família

2021 
Resumo O artigo discute como o Programa Bolsa Familia (PBF) e mobilizado e significado nas praticas e discursos de beneficiarias em uma favela no Rio de Janeiro. O material empirico do qual se parte e uma pesquisa de campo na Favela do Tripe (nome ficticio), trecho precario de uma favela maior, que envolveu observacao participante e a interacao com beneficiarias do Programa. A partir das falas destas mulheres, refletimos sobre a relacao entre o PBF, vulnerabilidades, saude, alimentacao, convencoes de genero e o papel e presenca do Estado em contextos de favela. A questao do cuidado, representada pela posicao central das maes/mulheres, tambem e um dos fios condutores da analise, mostrando como o ato de cuidar reitera convencoes morais. A partir dos ruidos - que vao desde os tiroteios aos gritos de maes -, realiza-se tambem uma discussao sobre a posicao da mulher e o seu papel enquanto cuidadora e mae, abordando as expectativas daquele grupo. Estas expectativas reafirmam convencoes de genero e deixam evidente a moralizacao do lugar feminino e da condicao materna. Para alem da violencia estatal e dos agentes do crime organizado, dos controles e vigilâncias difusos, no Tripe, a outra dimensao da sociabilidade dos moradores aqui abordada diz respeito a vulnerabilidade e a precariedade.
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