Aderência ao tratamento da hipertensão em uma unidade básica de saúde

2012 
Introducao: A hipertensao arterial sistemica e uma doenca de alta prevalencia e constitui um importante fator de risco para doencas cardiovasculares. Os atuais modelos de assistencia sao focados, na sua maioria, no atendimento medico e mostram altas taxas de abandono e de nao aderencia ao tratamento, principalmente nao medicamentoso. Tendo em vista que o modelo de assistencia pode influenciar a aderencia, foram organizados, em 2001, em uma unidade basica de saude do Rio de Janeiro, dois modelos de atencao aos hipertensos, sendo um multiprofissional. Objetivos: Com a hipotese de que o tipo de assistencia pudesse ser um poderoso fator na manutencao da aderencia as medidas gerais nestes pacientes, estudamos a aderencia a dieta, exercicio fisico e terapia medicamentosa dos pacientes no ano de 2001 e 2005. Metodo: Foi selecionada, aleatoriamente, uma amostra de pacientes atendidos em cada um dos modelos: no multiprofissional, com atendimento em rodizio com medicos, enfermeiras e nutricionistas (grupo A); e, no modelo tradicional, centrado no medico (grupo B). Foram estudados 104 pacientes no grupo A, e 107 no grupo B, atraves de um questionario previamente validado em portugues, contendo seis questoes, sendo quatro referentes ao tratamento nao medicamentoso. O questionario foi lido por pessoa estranha ao estudo ao final do primeiro e do quinto ano de acompanhamento no servico. Os dados continuos foram comparados nos dois grupos pelos testes de Student e Mann Whitney e as frequencias pelo teste do Qui quadrado. Resultado: Os grupos foram homogeneos quanto a idade e sexo. Em 2001, houve uma diferenca significativa entre os grupos, com maior aderencia ao tratamento nao medicamentoso no grupo A que no B. Porem, em 2005, mais de 90% dos pacientes aderiram ao tratamento medicamentoso, pouco mais da metade, a dieta, e cerca de um terco, aos exercicios fisicos em ambos os grupos, nao havendo diferenca significativa. Conclusao: os resultados sugerem que o modelo assistencial nao e suficiente para manutencao prolongada da aderencia as medidas gerais no tratamento da hipertensao arterial, verificadas apos o primeiro ano de acompanhamento. Outras abordagens devem ser promovidas para influenciar o estilo de vida desta populacao. Systemic arterial hypertension (SAH), a highly prevalent condition, is an important risk factor for cardiovascular events. The current standards of care, focused mostly on medical consultations, show high dropout and non-compliance rates, especially regarding non-pharmacological treatment. Considering that the standard of care might influence treatment adherence, a new routine of care, including a multidisciplinary approach, was implemented in 2000, in a primary care unit in Rio de Janeiro. Objectives: To evaluate if adherence to the treatment of SAH is better after 1 and 5 years of follow-up of patients submitted to a multidisciplinary approach when compared to those followed exclusively by medical consultations. Methods: Two samples of patients, one followed up with the multidisciplinary approach, in which the patient is seen in rotation by doctors, nurses and nutritionists, and the other followed up with traditional medical consultations, were randomly selected at the end of the first year (80 patients in each group, A1 and B1, respectively) and of the fifth year (104 patients in group A2 and 107 in B2) being evaluated through a specific questionnaire. Continuous data were compared between the groups with Student`s and Mann Whitney`s tests, and the frequencies with the chi-square test. Results: The groups were homogeneous regarding age and sex.. Although there was a higher adherence to diet and physical exercises among A1 patients, compared to B1patients, no significant differences at the end of the study were found between A2 and B2. Conclusion: The results did not support the hypothesis that the multidisciplinary approach was more effective than the traditional medical approach to improve adherence to the treatment of these patients. Other approaches to better disease control should be studied in this population
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