VIOLÊNCIA SEXUAL FEMININA EM UNIDADES DE REFERÊNCIA NO ESTADO DE SERGIPE

2020 
A violencia sexual e uma importante questao de saude publica que envolve significantes repercussoes fisicas, psicologicas e sociais, com grande impacto negativo na saude da populacao. O abuso sexual e uma questao complexa que abrange a vitima, o agressor e a circunstância da violencia, e pode dificultar o diagnostico correto e sua prevencao. O sexo feminino destaca-se como principal alvo desta agressao, configurando por si so um importante preditor de gravidade para esta injuria, em que a menor parte das vitimas procura atendimento. O objetivo do presente estudo foi avaliar as caracteristicas sociodemograficas das vitimas femininas de violencia sexual, as caracteristicas da violencia, o atendimento e seu fluxo no Instituto Medico Legal de Sergipe (IML-SE) e maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL) no estado de Sergipe. Estudo documental, no qual foram coletados dados obtidos atraves de prontuarios no periodo de Julho a Dezembro de 2018. Os dados sistematizados alimentaram uma planilha do SPSS versao 23. O tratamento estatistico utilizado para a associacao entre as variaveis categoricas foi realizado pelo teste qui-quadrado de Pearson. Foi calculado um intervalo de confianca de 95% e considerados valores estatisticamente significantes quando p < 0,05. Foram avaliadas 277 vitimas, a maioria menor de 14 anos, parda, solteira, estudante com ensino fundamental incompleto, sem filhos e nao havia tido relacao sexual anterior ao evento. Houve diferenca na reincidencia da violencia entre as instituicoes, sendo a violencia sexual, principalmente, praticada por um unico agressor, intrafamiliar e aconteceu na propria residencia. O tipo de violencia mais cometida foi o estupro seguido pelo abuso sexual nao especificado, a maioria das vitimas apresentavam himen integro e sem lesao fisica. A maior parte dos abusos sexuais se enquadravam no “estupro de vulneravel”, por as vitimas terem menos que 14 anos e 83% das vitima realizaram boletim de ocorrencia. Apenas 22% das vitimas receberam o atendimento medico e realizaram o exame pericial, 59% foram somente ao IML e 16% foram somente a MNSL. Os exames forenses, as medidas profilaticas e a interrupcao legal da gestacao foram feitos para a minoria dos casos e o atendimento tardio ocorreu em 70% das vitimas. Evidencia-se a necessidade de educacao familiar e sexual, com o intuito de prevencao para que criancas, adolescentes e mulheres, vitimas expostas, nao sofram as sequelas perenes a violencia sexual que ocorre principalmente dentro do lar decorrente de agressores conhecidos. E importante, tambem, o acolhimento das vitimas no sistema de saude e judiciario para que haja uma maior procura e identificacao dos casos de violencia sexual, desde que a maioria nao procura atendimento por provavel medo a exposicao ou nao conhecimento dos seus direitos.
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