Determinantes da estrutura de capital e o nível de endividamento nas empresas de capital aberto: um estudo comparativo entre Argentina, Brasil e Estados Unidos

2014 
Uma das questoes mais importantes no que diz respeito a teoria de estrutura de capital e a determinacao de quais fatores definem essa escolha. Todavia, a abordagem usualmente adotada considera o comportamento medio das firmas, deixando de levar em conta uma possibilidade menos restritiva de que empresas pouco alavancadas possam sofrer influencias distintas daquelas medianamente ou muito endividadas. Com a intencao de verificar tal hipotese, esta tese tem por objetivo central analisar, com base em uma amostra de firmas da Argentina, do Brasil e dos Estados Unidos, se existem e quais seriam as diferencas nos determinantes da estrutura de capital para cada tipo de firma (com utilizacao baixa, mediana ou elevada de dividas). Para se atingir esse objetivo, foram adotadas duas metodologias: regressoes quantilicas e regressoes com termos de interacao entre a defasagem do endividamento e outras importantes variaveis. Formularam-se 9 hipoteses de pesquisa, cada uma relacionando o endividamento a uma variavel de interesse usualmente citada na literatura sobre os determinantes da escolha da estrutura de capital. A amostra e composta por 1.192 firmas, sendo 61 argentinas, 296 brasileiras e 835 norte-americanas, considerando um periodo de tempo de 15 anos (1997 a 2011). Das nove hipoteses formuladas, uma (referente ao atributo singularidade) nao apresentou qualquer tipo de evidencia favoravel; duas foram mantidas em suas formas originais as ligadas a lucratividade e concentracao de propriedade ; e para as outras seis as evidencias empiricas sugeriram a necessidade de ajustes nas proposicoes originais. As evidencias obtidas sinalizaram claramente a existencia de diferencas na forma de definicao da estrutura de capital para firmas com niveis distintos de endividamento. Aquelas com utilizacao baixa de dividas procediam a alteracoes em seu nivel de endividamento a partir de mudancas ocorridas principalmente nos valores dos atributos lucratividade (relacao negativa), presenca de tax-shields (negativa), tamanho (positiva) e indice de dividendos distribuidos (positiva); aquelas com utilizacao mediana de dividas foram mais influenciadas por lucratividade (relacao negativa, porem mais forte do que nas empresas com poucas dividas), presenca de tax-shields (negativa, mas com intensidade menor que nas firmas pouco alavancadas) e concentracao de propriedade (relacao convexa); e aquelas com elevada alavancagem financeira tiveram como principais determinantes de seu nivel de endividamento: lucratividade (relacao negativa e muito forte), tamanho (positiva), risco de falencia (positiva) e indice de dividendos (negativa). Constatou-se, ainda, forte tendencia de ajuste parcial da estrutura de capital nas empresas com utilizacao baixa ou elevada de dividas, sendo tal efeito menor nos demais casos. Com isso, evidenciou-se a importância de serem avaliados separadamente os comportamentos assumidos pelas firmas em diversos niveis de endividamento, ja que os fatores determinantes variam em sinal e intensidade ao longo da amostra.
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