Estudo do potencial de utilização do mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) como bioindicador de genotoxicidade para avaliação da qualidade de ambientes aquáticos contaminados com mercúrio

2017 
O Limnoperna fortunei (mexilhao dourado) e um molusco bivalve de agua doce, invasor e comfalta de predadores naturais fazendo com que seja considerado um problema ambiental e economico. Bivalves como o mexilhao dourado, podem ser considerados organismos potenciais para serem usados como bioindicadores, pois sao ativos filtradores, estao imoveis, tem ampla distribuicao geografica e capacidade de acumular altas concentracoes de contaminantes, inclusive metais pesados. Dessa forma, o presente estudo apresenta como principal contribuicao a avaliacao do potencial de uso do Limnoperna fortunei como bioindicador de genotoxicidade a metais pesados, mais especificamente ao HgCl2, em ambientes aquaticos, avaliando a resposta de exposicao a diferentes concentracoes de exposicao subaguda e aguda ao metal. Grupos de 50 individuos expostos a agua contaminada comHgCl2 nas concentracoes de 0,001 mg/L, 0,005 mg/L, 0,01 mg/L, 0,02 mg/L e 0,1 mg/L (sendo a concentracao de 0,01 mg/L, considerada limite para agua residual segundo CONAMA) e foram avaliados durante 7, 15 e 30 dias de exposicao; ou apos administracao injetavel (AI) para avaliacao aguda no periodo de 2 horas. A matriz biologica utilizada nos ensaios foi a massa corporal do mexilhao como um todo. Os testes realizados foram ensaios de viabilidade celular, a fim de se avaliar o nivel de citotoxicidade e da possibilidade de se seguir com teste genotoxico; teste do cometa alcalino; teste de micronucleo e avaliacao do numero de celulas necroticas. As analises se deram em triplicada e os dados foram tratados pela ANOVA de uma via, complementada com teste de multicomparacao de Tukey, aceitando como significativo, p<0,05. Os resultados demonstraram que o mexilhao dourado oferece certa resistencia ao dano citotoxico para a exposicao subaguda, contudo, demonstrou ser sensivel frente a exposicao aguda (AI) em todas as concentracoes testadas. O teste cometa revelou que a partir das analises do 15o dia comeca se observar dano significativo em relacao ao controle negativo na maior concentracao testada, contudo, no 30o dia, as tres maiores concentracoes demonstraram causar danos significativos ao DNA. Na avaliacao da exposicao aguda, todas as concentracoes testadas demonstraram ser capazes de induzir danos significativos as celulas do mexilhao, sendo, inclusive, superiores aos danos observados para o controle positivo. A contabilizacao de celulas com micronucleo revelou que a exposicao do mexilhao dourado as concentracoes ensaiadas de HgCl2 nao foi capaz de induzir mutagenese. Por fim, a contabilizacao de celulas necroticas demonstrou que, em todas as concentracoes testadas para a exposicao subaguda, houve aumento de processo necrotico, sobretudo, de forma proeminente no grupo exposto a maior concentracao. Ja para a exposicao aguda, apesar de tambem haver aumento de processo necrotico, nao sao observadas diferencas entre as quatro maiores concentracoes testadas. Tomando os dados conjuntamente, e possivel sugerirmos que o mexilhao dourado apresenta potencial para ser considerado como possivel bioindicador de genotoxicidade para avaliacao da qualidade de ambientes aquaticos, considerando o metal utilizado para os ensaios. Contudo, estudos complementares devem ser realizados para ampliar e confirmar o potencial encontrado no presente estudo, levando em consideracao outros agentes toxicantes, reconhecidamente poluentes de corpos d’agua.
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