Infância, arte, gênero, sexualidade e educação: a mordaça e a criminalização em nome da proteção

2018 
Este artigo tem como principal objetivo por em discussao marcadores analiticos para a compreensao das infâncias, sexualidades e generos, tomando a arte como um campo de problematizacoes sobre as relacoes entre essas categorias. Desse modo, tomamos como foco os ataques mobilizados a partir de duas exposicoes artisticas, ocorridos em setembro de 2017, no Brasil: “Queermuseu – Cartografias da Diferenca na Arte Brasileira”; e a performance “La Bete”, em que um artista nu tem partes de seu corpo tocadas por uma menina e sua mae, na 35a Mostra do Panorama de Arte Brasileira, ocorrida no Museu de Arte Moderna (MAM), em Sao Paulo. Para tanto, analisamos alguns dos comentarios de internautas na pagina do Facebook do Movimento Brasil Livre (MBL), que tem protagonizado uma serie de acoes politicas de carater conservador no cenario nacional, sobre essas exposicoes artisticas. Pelo vies da perspectiva dos estudos feministas e queer, analisamos como a arte e a infância vao sendo enredadas nas discursividades produtoras de normalidade sob o argumento da protecao. A infância protegida deve, portanto, ser vigiada, controlada e bem conduzida para que seu produto final – o adulto – reflita o progresso, a normalidade e a continuidade dos valores patriarcais e heteronormativos, que perpetuam uma familia ideal e a humanidade. Alem disso, a protecao da infância tem operado como um discurso que tem se reverberado nas politicas conservadoras atuais, as quais trazem, para a pauta da educacao das criancas e de suas existencias, a moralidade, a produtividade e o empreendedorismo como as rotas ideais da vida.
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