Cultura Feirante de Informação: um relato de campo sobre as feiras de livro do Rio de Janeiro

2017 
Considerando-se a importância das feiras de livro para a democratizacao e incentivo do livro e da leitura, bem como a escassez da tematica na literatura cientifica, o presente artigo tem como objetivo analisar a relacao entre ocupacao simbolica e circulacao e apropriacao dos saberes a partir de duas feiras de livro do Rio de Janeiro: Primavera dos Livros, promovida pela Liga Brasileira de Editoras (LIBRE) e as Feiras de Livro de iniciativa da Associacao Brasileira do Livro (ABL). A metodologia utilizada pautou-se na intervencao, nos anos de 2014 e 2015, nas duas feiras mencionadas, tendo por base aportes do metodo etnografico. Buscou-se observar as praticas e trocas informacionais ocorridas no espaco da feira, enfatizando as mediacoes humanas e tecnologicas vivenciadas por seus objetos e atores. Como resultado, inferiu-se que a ocupacao do espaco propiciada pelas feiras de livros se da de forma simbolica, uma vez que proporciona a relacao dos individuos com os objetos estruturados no locus da feira. Tornou-se possivel aos seus frequentadores construir uma rede de significados aos elementos e caracteristicas do espaco, sendo o livro e a feira, por exemplo, objetos de apropriacao simbolica do saber para os membros dessa cultura feirante. Entendeu-se que as feiras agem como um outro ambiente de producao, organizacao e disseminacao do conhecimento, diferentes daqueles vivenciados em arquivos, museus e bibliotecas, uma vez que o saber e a mediacao da informacao ocorrem de maneira distinta a forma tradicional.
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