Atividades antioxidante, citotóxica e toxicidade de própolis de duas abelhas nativas do Brasil: Scaptotrigona depilis e Melipona quadrifasciata anthidioides

2017 
Meliponineos, conhecidos como abelhas sem ferrao, englobam muitas especies nativas do Brasil. Algumas especies produzem mel, geopropolis, polen, cerume e propolis, que sao utilizados pela populacao humana para fins alimentares e medicinais. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi identificar os constituintes quimicos e avaliar as atividades antioxidante, citotoxica e a toxicidade dos extratos etanolicos de propolis das especies de abelhas sem ferrao Scaptotrigona depilis (EEP-S) e Melipona quadrifasciata anthidioides (EEP-M), nativas do Brasil. As amostras de propolis foram coletadas em Dourados, Mato Grosso do Sul. A partir destas foram preparados extratos etanolicos de propolis (EEPs). A composicao quimica dos EEPs foi determinada por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) e cromatografia liquida de alta eficiencia (CLAE). Posteriormente, avaliou-se a capacidade antioxidante in vitro dos EEPs atraves dos ensaios de captura dos radicais livres: 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) e acido 3-etilbenzotiazolina-6-sulfonico de 2,2'-azino-bis (ABTS), e do ensaio de inibicao da hemolise oxidativa e da peroxidacao lipidica induzida pelo 2,2'-azobis (2-amidinopropano) di-hidrocloreto (AAPH). O potencial citotoxico e perfil de morte celular foram avaliados contra celulas eritroleucemicas (K562) e determinados por citometria de fluxo e, a toxicidade in vivo foi avaliada utilizando o nematoide Caenorhabditis elegans. Compostos fenolicos, acidos, flavonoides, terpenos, e tocoferol foram identificados em ambos os extratos em diferentes quantidades. No EEP-S foi observado grandes quantidades de amirinas, por outro lado, o EEP-M apresentou aproximadamente quatro vezes mais tocoferol que o EEP-S, e compostos identificados exclusivamente no EEP-M. Em relacao aos ensaios antioxidantes, os EEPs foram capazes de promover a captura dos radicais livres DPPH e ABTS, e proteger as hemacias humanas contra hemolise oxidativa e peroxidacao lipidica. Nos tres metodos avaliados o EEP-M mostrou-se mais eficiente que o EEP-S. Na avaliacao de citotoxicidade, os EEP-S e EEP-M mostraram-se citotoxicos contra celulas K562, sendo a necrose o principal mecanismo de morte observado. Adicionalmente, nas concentracoes em que os EEPs foram citotoxicos contra celulas K562, nao foi observado toxicidade contra o C. elegans. Deste modo, conclui-se que os EEPs apresentam atividades antioxidante e citotoxica as quais sao atribuidas a composicao quimica, incluindo compostos fenolicos, acidos, flavonoides, terpenos e/ou ao sinergismo entre os diferentes compostos presentes nestas propolis. Portanto, os EEPs de S. depilis e M. q. anthidioides apresentam potencial terapeutico na prevencao e/ou tratamento de doencas relacionadas ao estresse oxidativo e a proliferacao de celulas tumorais.
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