Autoeficácia e bem-estar subjetivo de estudantes de Medicina: associações com o desempenho acadêmico em avaliação externa

2021 
Estudos sobre autoeficacia no contexto academico tem se mostrado relevante para implemento de acoes direcionadas a melhoria do processo de ensino e de aprendizagem, uma vez que tal construto tem sido relacionado a fatores motivacionais e ao desempenho academico. Fatores emocionais tambem sao descritos como fontes de autoeficacia. No ensino medico, diante das exigencias de formacao integral e desenvolvimento de varias habilidades, mostra-se pertinente a analise do desempenho segundo padroes de avaliacoes de âmbito nacional e internacional. Assim, a pesquisa objetivou apresentar o estado atual das pesquisas e os principais fatores que impactam a autoeficacia na educacao medica, alem de verificar possiveis correlacoes entre a autoeficacia academica, o bem-estar subjetivo e o desempenho de universitarios no Teste de Progresso. Para tanto, foram feitos dois estudos: no primeiro, uma revisao sistematica da literatura com metodo PRISMA dos ultimos cinco anos, com os descritores combinados: “autoeficacia” e “medicina”, em 05 bases de dados, nos idiomas portugues, espanhol e ingles. Selecionadas 20 publicacoes distribuidas em 13 paises (90% artigos e 10% dissertacoes; 90% relatos de pesquisa e 10% estudos teoricos). Os principais temas abordados foram categorizados em cinco grupos e, a partir dos resultados concluiu-se que os estudos sao concordantes em qualificar a autoeficacia como importante construto a ser observado no ensino medico, indicando correlacao positiva com bom estado emocional, desenvolvimento de estrategias de aprendizagem e desempenho, alem de apontar sua associacao com o tipo de feedback recebido pelos estudantes. Quanto a metodologia de ensino, nao foi possivel confirmar qual metodo mais favoravel ao incremento da autoeficacia e do desempenho. O segundo, tratou-se de estudo correlacional, com abordagem quantitativa e modalidade descritiva, com participacao de 139 estudantes de Medicina dos 3o ao 12o termos de uma universidade do interior paulista. Aplicou-se a Escala de Autoeficacia na Formacao Superior (AEFS), Escala de Bem-estar Subjetivo Escolar (EBESE) e questionario sociodemografico. Os resultados do TP foram obtidos junto a instituicao. Os dados foram submetidos a analise estatistica por meio do Software SPSS, teste qui-quadrado, analise de Pearson, regressao linear, bem como feita a path analysis utilizando software MPlus. Os resultados indicaram correlacoes significativas entre a AEFS e a EBESE, mostrando a satisfacao com a escola e os afetos positivos associacao positivas com todas as dimensoes da autoeficacia. Maiores niveis de afetos negativos se relacionaram a menores indices de satisfacao com a escola e a menores niveis de autoeficacia. Quanto ao desempenho, verificou-se relacao preditiva dos afetos positivos com o Teste de Progresso. Em relacao a autoeficacia, o estudo nao foi conclusivo para sua relacao com o desempenho. O estudo conclui pela importância dos aspectos emocionais e dos sentimentos de satisfacao no ambiente academico para formacao das crencas de autoeficacia e para o desempenho academico, devendo ser estimuladas acoes para aumentar experiencias positivas no contexto escolar.
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