A EXPOSIÇÃO PROLONGADA AO MERCÚRIO EM BAIXAS DOSES AUMENTA A PRESSÃO ARTERIAL EM RATOS.

A exposicao ao mercurio afeta o sistema cardiovascular e pode ser considerada um fator de risco para doencas cardiovasculares. Previamente foi demonstrado que a exposicao por 30 dias a baixas doses do metal, semelhante a exposicao ocupacional humana, e capaz de aumentar o estresse oxidativo, a disfuncao endotelial e a reatividade vascular a fenilefrina, sem, contudo, promover alteracoes na pressao arterial em ratos. Porem, os efeitos hemodinâmicos do mercurio decorrentes de uma exposicao a baixas doses por um tempo prolongado ainda nao foram relatados. Assim, o objetivo do estudo foi verificar os efeitos de uma exposicao cronica durante 60 dias a baixas concentracoes de cloreto de mercurio (HgCl2), sobre a pressao arterial sistolica e diastolica (PAS e PAD) de forma invasiva e nao-invasiva. Pata tal, ratos Wistar foram tratados por 60 dias com injecoes intramusculares (i.m.) de HgCl2 (Grupo Hg) - 1a dose de 4,6 ug/kg e doses subsequentes de 0,07 ug/kg/dia, como descrito por Wiggers et al. (2008); ou injecoes i.m. de solucao salina (Grupo Ct). A medida nao-invasiva da PAS foi realizada semanalmente ao longo dos 60 dias de tratamento pela tecnica de plestimografia de cauda, e a mensuracao invasiva da PAS e PAD foi realizada ao final dos 60 dias de tratamento, por meio de canulacao da arteria carotida dos ratos anestesiados. A exposicao prolongada ao mercurio causou um aumento da PAS, o qual foi verificado a partir da quinta semana de tratamento (Ct: 113.7±10.7 vs HgCl2: 124.2±9.2 mmHg, P 0,05). O estudo demonstrou, pela primeira vez, que uma exposicao prolongada (60 dias) a baixas concentracoes de mercurio, semelhante a exposicao humana, e capaz de aumentar a pressao arterial em ratos e promover danos ao sistema cardiovascular.