Efeitos temporais das estimativas de mortalidade corrigidas de homicídios femininos na Região Nordeste do Brasil

2021 
O objetivo foi analisar os efeitos temporais (idade, periodo e coorte) na mortalidade por homicidios femininos nos estados da Regiao Nordeste do Brasil, no periodo de 1980 a 2017. Estudo ecologico de tendencia temporal em que foram utilizados modelos APC com uma abordagem bayesiana e o metodo deterministico INLA (Integrated Nested Laplace Approximations) na inferencia dos parâmetros. As taxas de homicidios femininos, para cada estado da regiao estudada, foram padronizadas pelo metodo direito, apos correcao dos registros de obitos quanto a qualidade da informacao e a subnotificacao. Alem disso, obtiveram-se dados segundo raca/cor, local de ocorrencia e meio pelo qual a agressao foi perpetrada. No periodo estudado, apos a correcao dos registros de obito, a Regiao Nordeste apresentou taxa media de 5,40 obitos por homicidios a cada 100 mil mulheres, com aumento significativo em todos os estados nos anos 2000. Em todos os estados houve aumento do risco de obito (RR) por homicidio na segunda e terceira decada de vida e efeito de protecao para as mulheres mais velhas. Com excecao de Sergipe, constatou-se aumento do risco de obito em quinquenios dos anos 2000. Na Regiao Nordeste e estados da Paraiba, Pernambuco e Piaui, verificou-se efeito protetor para mulheres de geracoes mais antigas. Ainda, a maior proporcao de obitos ocorreu em mulheres negras, no domicilio, sendo perpetrado por arma de fogo. Os achados do presente estudo podem estar correlacionados ao processo de disseminacao da violencia ocorrido no Brasil, nos anos 2000, assim como a ineficiencia do Estado brasileiro em proteger as mulheres vitimas de violencia.
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