Modelo matemático pra uma coisa que não é matemática: narrativas de médicos/as infectologistas sobre carga viral indetectável e intransmissibilidade do HIV
2020
Resumo Este artigo parte de uma discussao internacional sobre a intransmissibilidade do virus HIV, quando a pessoa soropositiva esta em tratamento e com carga viral indetectavel. Trata-se de um dos resultados da pesquisa qualitativa sobre sociabilidades de jovens vivendo com HIV, com enfase nos novos discursos/praticas biomedicos e seu impacto nas relacoes afetivo-sexuais desses/as jovens. Durante os meses de marco a novembro de 2017, houve a interacao com pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA), com idade entre 18 e 30 anos, e medicos/as infectologistas de um Servico de Assistencia Especializada em Salvador-BA. Para alem das mudancas significativas em relacao ao HIV, decorrentes dos avancos atuais das biotecnologias, colocamos em pauta algumas controversias em torno da intransmissibilidade do virus do ponto de vista de quatro medicos/as infectologistas. Realizamos entrevistas abertas e a leitura exploratoria das narrativas, identificando temas, questoes e atores que se deslocavam nos relatos em torno da condicao de indetectavel. Discutimos que a carga viral indetectavel aparece como um assunto delicado/controverso nos consultorios medicos, atualizando a posicao de PVHA como potencialmente perigosas, podendo reincidir em praticas sexuais desprotegidas ou “relaxar” no cuidado consigo e com o outro. Sao narrativas que suscitam questoes eticas fundamentais na relacao de cuidado, tais como o direito a informacao na perspectiva da saude como um direito humano.
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