COMUNIDADE EM CRISE": MICROBIOTA FÚNGICA E EUTROFIZAÇÃO NA BACIA DO MARANGUAPINHO

Os ecossistemas aquaticos tem sofrido alteracoes em funcao de disturbios ambientais antropicos e os bioindicadores podem ser uma alternativa eficiente para avaliacao desses impactos. A estrutura da comunidade fungica pode ser um relevante bioindicador devido a importância desses microrganismos nos processos de depuracao. Alteracoes na estrutura desta comunidade podem refletir um desequilibrio advindo da poluicao. O objetivo deste estudo foi analisar a diversidade e o potencial bioindicador da microbiota fungica em dois corpos hidricos da bacia do Maranguapinho: o Acude Santo Anastacio e a Lagoa da Parangaba, Fortaleza, Ceara. Para realizacao deste estudo, produzido na disciplina de Microbiologia Geral, ofertada pelo departamento de Biologia da Universidade Federal do Ceara, foram coletadas amostras de agua para analise microbiologica, como tambem mensuracao de clorofila a e fosforo total. Apos processamento das amostras, os morfotipos encontrados foram classificados para posterior realizacao de macro e microcultivos. As analises quimicas classificaram a Lagoa da Parangaba e o Acude Santo Anastacio como hipereutroficos, sendo o teor de fosforo total mais elevado neste ultimo. Na lagoa da Parangaba foi encontrada uma riqueza de 10 morfotipos, enquanto no Acude Santo Anastacio a riqueza foi de apenas 4. Foram isolados mais morfotipos de fungos filamentosos da Lagoa da Parangaba do que do Acude Santo Anastacio, que apresentou maior riqueza de leveduras. Portanto, o estado trofico parece afetar diferentemente a estrutura da comunidade fungica nesses reservatorios. O aumento da riqueza de leveduras pode ser um indicador da influencia de pulsos poluidores oriundos da comunidade Bela Vista sobre este corpo hidrico, tendo em vista que esse grupo possui maior adaptacao a ambientes anoxicos. Assim, sugere-se que a estrutura da comunidade fungica pode ser utilizada como indicador do estado trofico de corpos hidricos.