“Que estas páginas simbolizem uma passeata de rapazes e moças": sobre crônicas clariceanas produzidas no período da ditadura militar no Brasil

2019 
Este artigo traz uma abordagem em torno de algumas cronicas publicadas por Clarice Lispector no Jornal do Brasil , entre 1967 e 1973, tendo em vista o fato de que foram produzidas no periodo da ditadura militar no Brasil. Os textos fazem parte da coletânea A descoberta do mundo (1981), que reune aproximadamente quatrocentas cronicas publicadas pela autora no periodo acima mencionado. Nesta mesma epoca, o cenario politico do pais foi marcado pelo regime militar e a cidade do Rio de Janeiro, onde a escritora morou ate o ano de sua morte em 1977, foi palco de significativas transformacoes nas esferas politicas e culturais. A partir deste contexto, Clarice Lispector escreveu suas cronicas lancando mao de uma apuradissima percepcao e evidente consternacao em face da situacao do pais e, ao mesmo tempo, impulsionada pelo que chamo de parresia literaria (ALVES, 2017). Aproveitando as palavras de Silviano Santiago (2014), o ativismo coletivo de Clarice Lispector “robustece a arte pelo avesso, liberando-a do compromisso que a literatura brasileira tradicional mantem com o acontecimento socio historico”.
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