CB. Interferência da paroxetina na esteroidogênese: uma possível causa das alterações testiculares em ratos adultos

2019 
Introducao: A paroxetina, pertencente a classe dos inibidores da recaptacao seletiva de serotonina (IRSS), e um dos antidepressivos mais prescritos para o tratamento de depressao, transtornos de ansiedade e ejaculacao precoce. Dentre os efeitos colaterais, tem sido relatados disturbios na funcao sexual masculina. Objetivo: Neste estudo, foi proposto avaliar a acao da paroxetina sobre o epitelio seminifero e a esteroidogenese de ratos adultos. Metodologia: Os animais foram tratados, via oral (gavagem), com 10mg/Kg p.c. de paroxetina (GP; n=10) e agua destilada (GC; n=10) por 35 dias consecutivos. Os animais foram pesados semanalmente. Apos o termino do tratamento, o sangue foi coletado para dosagem de testosterona serica e os testiculos direitos foram removidos para dosagem de testosterona intratesticular. Os testiculos esquerdos foram processados para inclusao em historesina e parafina. Nos cortes de historesina, corados com hematoxilina e eosina, a frequencia de tubulos classificados de acordo com o ciclo do epitelio seminifero foi obtida, bem como a frequencia de tubulos contendo celulas descamadas na luz. As areas tubular e do epitelio seminifero tambem foram mensuradas e celulas de Sertoli por tubulo foram quantificadas. Reacao de imunofluorescencia para deteccao da enzima envolvida na esteroidogenese, 17-HSD7, foi realizada nos cortes de parafina. Os resultados foram submetidos ao teste estatistico Student’s t (p0,05). Resultados e discussao: O tratamento com paroxetina nao interferiu no ganho de peso dos animais. No entanto, as analises morfologicas e morfometricas dos testiculos revelaram um aumento significante na frequencia de tubulos seminiferos com desorganizacao epitelial, deplecao celular e celulas germinativas descamadas na luz, bem como reducao na frequencia de tubulos nos estagios androgeno-dependentes (VII-VIII). Nos animais do GP, tambem foi verificada reducao significante nas areas tubular e do epitelio seminifero, e no numero de celulas de Sertoli por tubulo. Significante diminuicao nos niveis sericos e intratesticulares de testosterona e fraca imunoexpressao de 17-HSD7 tambem foram observadas. Conclusao: O tratamento com paroxetina causa alteracoes estruturais no epitelio seminifero, as quais comprometem o processo espermatogenico. Considerando que a celula de Sertoli e dependente de androgeno e exerce um papel fundamental para a manutencao estrutural do epitelio seminifero, e provavel que as alteracoes na histoarquitetura tubular estejam relacionadas a falha androgenica provocada pelo antidepressivo. Analises futuras sao necessarias para melhor esclarecer o mecanismo de acao da paroxetina sobre a histofisiologia testicular.
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