O crescimento residual da mandíbula em pacientes portadores de maloclusão Classe II tratados ortodonticamente

O crescimento residual da mandibula pode produzir alteracoes nas relacoes esqueleticas, beneficiando ou influenciando adversamente os resultados do tratamento ortodontico. Nesta pesquisa, o autor teve como objetivo analisar, atraves de estudo cefalometrico seccional em pacientes tratados ortodonticamente: a) a ocorrencia de crescimento residual da mandibula, tanto no sentido vertical quanto ântero-posterior, e os efeitos desse crescimento no deslocamento espacial da maxila e da mandibula e b) as variacoes das proporcoes faciais anteriores e posteriores, e as modificacoes ocorridas no perfil de tecido mole e de tecido duro, decorrentes do crescimento residual da mandibula. Foram analisados os cefalogramas laterais de 60 pacientes portadores de maloclusao Classe II, sendo 30 do sexo masculino e 30 do sexo feminino, tratados com e sem extracoes de 4 pre-molares, na clinica do curso de Mestrado em Ortodontia da F.O.U.F.R.J. Foram feitas medidas lineares e angulares ao final do tratamento e em media 8 anos mais tarde, no periodo de contencao/pos-contecao, que depois foram dispostas em tabelas e analisadas estatisticamente. Os resultados mostraram que existe um crescimento residual da mandibula, tanto no sentido vertical quanto horizontal, representado por um aumento estatisticamente significante da maioria das medidas lineares avaliadas, principalmente no comprimento total da mandibula (Ar-Pog), na altura do ramo (Ar-Go), no comprimento e altura do corpo (Go-Me e M'GoGn) e na altura facial posterior (S-Go). As medidas angulares estudadas nao apresentaram variacao estatisticamente significante com excecao do ângulo goniaco (ArGoMe), que teve um comportamento diferente em cada grupo. Nao foi observada variacao estatisticamente significante no deslocamento espacial da maxila e da mandibula e no perfil de tecidos duros, mas o perfil de tecidos moles mostrou uma ligeira tendencia a tornar-se mais concavo, principalmente nos individuos de sexo masculino. Comparando os individuos do sexo masculino com os de sexo feminino, apenas algumas medidas lineares (Ar-Pog, Ar-Go, Go-Me, Linha S-Ls e ENA-PRP) sofreram variacao estatisticamente significante (nivel de 5 por cento), e comparando os casos tratados com e sem extracoes, apenas SNA e Ar-Go apresentaram variacao estatisticamente significante (nivel de 5 por cento) (AU)