Políticas de saúde no Chile (2000-2018): trajetória e condicionantes

2020 
Nos anos 1980, durante a ditadura militar, o Chile foi o precursor na America Latina na realizacao de uma reforma radical do sistema de saude, que expandiu a participacao do setor privado no asseguramento e prestacao de servicos, influenciando reformas em outros paises da regiao. O artigo analisa as politicas de saude no Chile de 2000 a 2018, no contexto de quatro governos democraticos, considerando continuidades e mudancas na trajetoria das politicas e seus condicionantes. O referencial analitico baseou-se em contribuicoes da abordagem do institucionalismo historico. Realizou-se analise bibliografica, documental e entrevistas semiestruturadas com gestores envolvidos na politica nacional no periodo estudado. A analise da trajetoria das politicas de saude no Chile no periodo democratico mostrou continuidades e mudancas nas agendas e estrategias adotadas por governos de diferentes orientacoes politicas. Reformas incrementais realizadas ao longo do periodo produziram avancos e melhorias no acesso e prestacao dos servicos de saude. Porem, propostas de reforma que alterariam o arranjo publico-privado do sistema de saude sofreram resistencias, e manteve-se a estrutura dual e segmentada conformada na decada de 1980, com forte participacao privada. Condicionantes historico-estruturais, institucionais e politicos das relacoes entre Estado e mercado e da configuracao do sistema de saude instituida no periodo ditatorial dificultaram mudancas abrangentes nas relacoes publico-privadas em saude, configurando um exemplo de dependencia de trajetoria e do poder dos interesses empresariais no setor saude.
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