Haitianas, formação médica e Sistema Único de Saude

2020 
Introducao: O Oeste Catarinense, a partir de 2012, foi um dos destinos de imigracao de haitianos. Como parte da formacao medica, de uma universidade publica, estudantes e docentes tem insercoes em Centros de Saude da Familia (CSF), no Sistema Unico de Saude (SUS). Gestora de um destes Centros relatou a baixa adesao de haitianas aos tratamentos. Objetivo: Refletir sobre aspectos culturais das praticas de saude das haitianas que podem interferir na baixa adesao aos tratamentos. Metodologia: Trata-se de pesquisa qualitativa e descritiva que ulilizou entrevistas junto a profissionais de saude e haitianos. A hermeneutica-dialetica foi a tecnica de analise dos dados. Resultados: No Haiti o apelo aos curandeiros, ao vodu, as ervas e chas e uma pratica da populacao. O sistema de saude publica haitiano nao e universal, sendo restrito ao espaco urbano; alguns servicos sao ofertados por organizacoes nao governamentais (ONG) e missoes religiosas; prevalecendo o setor privado. No Brasil, a baixa adesao aos tratamentos preconizados por profissionais do SUS pode ser explicada, dentre outros motivos, pelo estranhamento das haitianas para algo que desconhecem, pois nao ha tal oferta no Haiti. Discussao: A baixa adesao aos tratamentos prescritos pode ser compreendida considerando-se: melhora momentânea dos sintomas; barreira linguistica; diferente cosmovisao sobre a doenca e pouca familiaridade com a oferta de servicos no SUS. Conclusao: A percepcao da saude, da doenca e do cuidado das haitianas e intermediada pela medicina popular, praticada no Haiti, que entra em disputa com a logica biomedica das acoes preconizadas pelos profissionais de saude brasileiros.
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