Genotipagem eritrocitaria em larga escala : impacto na medicina transfusional

2009 
Neste seculo uma nova tecnologia esta gradativamente se infiltrando na medicina transfusional e complementando as tecnicas sorologicas: a genotipagem de grupos sanguineos atraves de diferentes metodos moleculares. O futuro dos grupos sanguineos sem duvida envolve a biologia molecular. Neste contexto, novos procedimentos tecnicos se tornam necessarios para possibilitar a introducao da genotipagem de grupos sanguineos na rotina transfusional bem como, a investigacao de novos polimorfismos caracteristicos de duas diferentes populacoes: doadores de sangue e pacientes. A tecnologia baseada em "microarrays" tem sido avaliada para deteccao de polimorfismos de grupos sanguineos. Com a perspectiva de que esta metodologia permitira a realizacao da genotipagem de grupos sanguineos em larga escala de forma automatizada e rapida, os objetivos deste trabalho foram: validar em uma populacao brasileira os chips de DNA para a genotipagem dos principais alelos de grupos sanguineos; determinar a frequencia genotipica dos principais alelos de grupos sanguineos em doadores voluntarios de sangue e, viabilizar a criacao de um banco de dados eletronico com as caracteristicas genotipicas comuns e raras de doadores voluntarios de sangue, possibilitando a compatibilidade sanguinea mais exata entre doadores e pacientes portadores de anemia falciforme. Os resultados obtidos durante a validacao do "microarray" mostraram concordância com os resultados da genotipagem convencional e a fenotipagem. A genotipagem de grupos sanguineos em larga escala utilizando a plataforma HEA BeadChip possibilitou a determinacao da frequencia dos principais genotipos dos sistemas de grupos sanguineos em uma populacao brasileira de doadores voluntarios de sangue e demonstrou agilidade na identificacao de alelos raros. Esta metodologia possibilitou tambem a criacao de um banco de dados de doadores genotipados, atraves do qual foi possivel promover a compatibilidade mais exata entre doadores de sangue e os pacientes falciformes. A partir deste banco de dados composto por 948 doadores, foi possivel encontrar sangue fenotipo compativel (RhCc, RhEe, Do(a/b), Jk(a/b), Fy(a/b), S/s e K1/K2) para 134 dos 144 pacientes falciformes avaliados. Onze (11/144) pacientes aloimunizados, que apresentavam discrepâncias entre os resultados da fenotipagem e da genotipagem passaram a receber sangue compativel levando em consideracao os resultados do genotipo. Estes pacientes se beneficiaram das transfusoes recebidas, uma vez que houve aumento dos niveis de hemoglobina e aumento no intervalo entre as transfusoes. Estes resultados nos levam a crer que esta metodologia podera ser utilizada como complemento a hemaglutinacao e possivel substituicao da mesma para alguns sistemas de grupos sanguineos. Este trabalho que utilizou a metodologia de "microarray" para genotipagem de grupos sanguineos pela primeira vez no Brasil abre a possibilidade de determinar os alelos de grupos sanguineos em larga escala e constituir um banco de genotipos de grupos sanguineos raros que poderao ser disponibilizados para consulta pela internet em situacoes onde a hemaglutinacao nao forneca resultados seguros para a realizacao da transfusao sanguinea. Esta tecnologia demonstrou ser um procedimento rapido e eficiente para busca de sangue fenotipo compativel para pacientes portadores de anemia falciforme permitindo assim a reducao da aloimunizacao e a compatibilidade mais exata diminuindo o risco de reacoes transfusionais hemoliticas Abstract
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