Os ilustres, prudentes e zelosos cidadãos baianos e a construção do Estado Nacional (1824-1831)

2007 
As mudancas que aconteceram na oficina da Historia, a partir dos anos de 1930, sob a influencia da Escola dos Annales e da Historia Social Inglesa, provocaram inumeras possibilidades de pesquisas nos mais variados campos historiograficos, incluindo a Historia Politica, que empreendeu uma renovacao de seus temas, assim como outros foram revisitados sob novas perspectivas. As novas discussoes no campo do politico contribuiram para esse estudo que analisa a construcao do Estado no Brasil, a partir das relacoes politicas entre a provincia da Bahia e o governo central, instalado no Rio de Janeiro, entre os anos de 1824-1831, periodo em que a recem-obtida autonomia politica do pais foi posta a prova pelo jogo das forcas em confronto. A superacao das divergencias, em termos de ameacas de fragmentacao territorial e instabilidade politica, expressas pelas elites e populacao provinciais, em favor de uma ordem politica dirigida desde a Corte do Rio de Janeiro, foi analisada a partir de um outro lugar que nao aquele consagrado pela historiografia sobre o tema - o Centro-Sul. Ou seja, pensar a construcao do Estado Nacional brasileiro, nesse trabalho, significou entender a importância politica e economica da provincia da Bahia para a concretizacao do projeto unitarista e centralista representado por D. Pedro I. E mais, entender como as elites politicas agiram na provincia a fim de garantirem a ordem e a estabilidade sociais. Essa tarefa era uma prioridade dos presidentes de provincia e, tambem, da elite politica local, mais amplamente representada, a partir de 1828, no Conselho Geral de Provincia. O apoio da Bahia, mesmo do poder institucionalizado, nao foi incondicional, embora tenha sido constitucional desde 1821 e assim permanecido ate o fim do I Reinado. Mas apresentou divergencias na hora em que inumeras inquietacoes sociais, provocadas por outros setores, especialmente, os militares e a populacao escrava, comprometeram o sossego publico e ameacaram a propriedade. Nesse momento, para a elite baiana, mesmo a sua restrita autonomia aparece ameacada tanto pelo contexto provincial quanto pelos acontecimentos na Corte. Assim, ja era possivel pensar que as instâncias politico-administrativas do Brasil poderiam ser assumidas por brasileiros natos, inclusive um rei nascido no pais, que garantisse os interesses dessas elites.
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