ANÁLISE DE PACIENTES IDOSOS ACIMA DE 85 ANOS COM LINFOMA AGRESSIVO OU LEUCEMIA AGUDA TRATADOS COM QUIMIOTERAPIA

2021 
Introducao Com o envelhecimento progressivo da populacao, vem aumentando tambem a incidencia de diagnostico de doencas onco-hematologicas agressivas em idosos. Ha dificuldade de tratamento devido a comorbidades, disfuncoes orgânicas e alteracoes no metabolismo das drogas. Objetivos Avaliar o perfil dos pacientes idosos acima de 85 anos com diagnostico de linfoma agressivo ou leucemia aguda tratados com quimioterapia, avaliando resposta ao tratamento, morbimortalidade e toxicidade. Material e metodos Estudo multicentrico, retrospectivo, de coleta de dados do prontuario eletronico. Criterios de inclusao: idade ao diagnostico ≥ 85 anos, diagnostico confirmado de linfoma agressivo ou leucemia aguda de quaisquer subtipos, tratamento com quimioterapia intensiva realizado no Hospital Israelita Albert Einstein ou no Hospital Municipal Vila Santa Catarina entre 2014 e 2021. Criterios de exclusao: tratamento realizado com imunoterapia isolada ou paliacao ao diagnostico. Resultados Foram avaliados 11 pacientes, com idade mediana de 88 anos (85-98), sendo dez diagnosticados com linfomas agressivos (5 linfomas difusos de grandes celulas B, 1 linfoma folicular grau 3B, 2 linfomas indolentes transformados, 1 linfoma T periferico e 1 linfoma de Hodgkin) e um com leucemia linfoblastica aguda Philadelphia positivo. O numero medio de comorbidades relatadas foi tres, sendo a mais comum hipertensao arterial sistemica. Eastern Cooperative Oncologic Group (ECOG) variou de 0 a 3, com mediana de 1. Todos os pacientes foram submetidos a quimioterapia intensiva, sendo que 8 dos 11 pacientes (72,7%) realizaram protocolos adaptados para idosos ou ajustes de doses (6 R-miniCHOP, 1 AVD ajustado para funcao renal, 1 EWALL do idoso) e tres receberam doses completas dos medicamentos de protocolos padroes (1 R-bendamustina, 1 R-CHOP e 1 CEOP). Durante o tratamento, 63,6% apresentaram algum tipo de evento adverso ou complicacao relacionada ao tratamento, sendo neutropenia febril em 18,2%, quadros tromboticos em 18,2%, hiperglicemia em 18,2%, infeccao sem neutropenia em 9,1% e neuropatia grau 3 com miopatia em 9,1%. 8 pacientes (72,7%) apresentaram resposta completa e 3 pacientes (27,3%) evoluiram com progressao de doenca e consequente obito. O fator que mais se associou a sobrevida global (OS) e livre de progressao (PFS) em um ano foi o ECOG > 1, com OS 100% vs. 50% (p = 0.02) e PFS 100% vs. 25% (p = 0.02). Discussao Na literatura encontramos que essa subpopulacao de pacientes idosos tem menor sobrevida, menor taxa de resposta e mais toxicidade. Nao ha consenso do tratamento padrao para pacientes muito idosos, sendo importante a adaptacao individualizada, analisando diversos fatores associados ao paciente e a doenca, e nao apenas a idade. Na nossa amostra, encontramos pacientes que apesar de idade muito avancada e presenca de comorbidades, tinham bom performance status, toleraram o tratamento e obtiveram resposta completa. Conclusao Apresentamos neste trabalho a avaliacao de pacientes muito idosos com doencas onco-hematologicas agressivas. Apesar da pequena amostra, julgamos importante compartilhar nossos resultados com a comunidade cientifica para auxilio no manejo desses pacientes.
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