Insegurança pública: exceção como rotina, excepcionalidade como o normal no Rio de Janeiro, Brasil

2021 
Resumo Este artigo e uma construcao ensaistica sobre a producao da inseguranca publica, seus rendimentos em termos de um regime do medo e seus efeitos de normalizacao das praticas de excecao ao estado de direito. Beneficia-se do trabalho etnografico com a juventude de favela, policiais militares e guardas civis do Estado do Rio de Janeiro e, ainda, do levantamento de fontes documentais e jornalisticas na internet, no periodo de 2017 a 2020. As reflexoes sao orientadas pela discussao da producao da inseguranca como um projeto de poder. A logica da “protecao” assume o lugar da seguranca. Os resultados apontam para a fabricacao de ameacas difusas e imediatas como recurso para a imposicao de uma economia politica do controle e da regulacao social. A crise sanitaria agucou a crise da seguranca, mantendo as pessoas em regime de alerta, em urgencia, vivendo o imediato. A inseguranca coletiva nao e um resultado necessariamente indesejado. Ela tem sido um resultado esperado e eficaz. Um meio estrategico para se produzir e sustentar um projeto de poder excludente e desigual, para poucos.
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