Commodities, choques externos e crescimento: reflexões sobre a América Latina

2012 
A elevacao de precos das commodities, cuja duracao alcanca quase uma decada, tem levado muitos economistas a rever as suas concepcoes a respeito das possibilidades de desenvolvimento das economias especializadas na sua producao. Ate o inicio dos 2000, nao era incomum mesmo em searas ortodoxas, as referencias a deterioracao dos termos de intercâmbio como fator impeditivo do desenvolvimento e mesmo, alusoes ao carater paradoxal da benesse da abundância dos recursos naturais como geradora de seu contrario; a maldicao. A intensidade, em termos de patamar, a abrangencia, quanto ao numero de produtos, e a duracao, em numero de anos, do aumento de precos, sugere que se esta diante de fatos historicos particulares a requerer uma analise e reflexao aprofundadas. Este trabalho se propoe a abordar este tema, destacando uma questao de fundo: ate que ponto agora e diferente? Estaremos de fato diante de uma nova configuracao do sistema mundial e de novas tendencias nos precos, que podem se constituir num importante incentivo para o desenvolvimento dos paises subdesenvolvidos, particularmente na America Latina? Para abordar o assunto, optou-se por privilegiar alguns aspectos dentre tantos outros possiveis, bem como, lancar mao de informacoes estatisticas para um periodo mais largo, na esperanca de que o passado ajude a entender o presente. Assim, sao examinados na sequencia do texto: a natureza da producao de commodities e o desempenho comparado dos paises perifericos nelas especializados; a tendencia secular dos precos, no que tange a patamares, volatilidade e correlacao; a recente financeirizacao dos precos; os padroes de especializacao produtiva na America Latina e os perfis alternativos de politica economica; os arranjos de politicas internacionais.
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