Transitando por direitos: concepções de travestis do interior de São Paulo acerca de Direitos Humanos

2016 
Pessoas de identidade trans vivenciam intensa discriminacao e exclusao social. Destaca-se a importância da construcao de espacos em que elas possam ser ouvidas em suas demandas, vivencias e compreensoes acerca de seus direitos. O objetivo deste artigo e analisar percepcoes acerca dos Direitos Humanos de dois grupos de travestis, de uma cidade do Estado de Sao Paulo, com especial enfase aos direitos sexuais. Foi desenhado um estudo qualitativo, a partir dos pressupostos da abordagem da pesquisaacao. A coleta de dados ocorreu durante dois anos de intervencoes realizadas com esses grupos, registradas em diario de campo, alem de entrevistas semiestruturadas com participantes. Constatou-se que as integrantes dos grupos em questao sao excluidas de saberes que sao fundamentais para terem acesso a seus direitos, tanto pelo desconhecimento daquilo que ja lhes e assegurado por lei, quanto dos meios, atraves dos quais, podem exigir sua garantia. A partir de suas vivencias, indicam questoes que deveriam ser garantidas como direitos, entre elas: “direito de ser gente”, a saude e a feminilizacao dos corpos, a mobilidade e acesso a cidade e a seguranca. Ressalta-se, ainda, que as pessoas estudadas compreendem a condicao em que vivem como algo imutavel atraves de suas acoes. E importante favorecer a apropriacao de conhecimentos, bem como incluir ativamente as pessoas trans nas formulacoes de politicas e acoes para elas destinadas, com vistas a efetivacao dos preceitos formulados pela Declaracao Universal dos Direitos Humanos.
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