Avaliação sistematizada da demanda e capacidade instalada para atendimento em oftalmologia e da regulação de fluxo de pacientes na região de Campinas

2013 
Realizou-se estudo transversal com o objetivo de avaliar e caracterizar o modelo de atencao em saude ocular em municipios da regiao de Campinas de acordo com a organizacao do Sistema Unico de Saude, e oferecer subsidios para a configuracao da rede tematica regionalizada de atencao a saude em oftalmologia. Foram incluidos 62 municipios, que compoem a Rede Regionalizada de Atencao a Saude (RRAS) 15 e RRAS 16 do Estado de Sao Paulo, para as quais o Hospital de Clinicas da Unicamp e referencia de alta complexidade. Foram avaliados os servicos publicos de saude municipais, estaduais e parcerias presentes na regiao. Nao foram avaliados os servicos de saude do sistema privado. Foram consultados os funcionarios das Centrais de Regulacao das Secretarias de Saude dos municipios. O instrumento utilizado foi questionario semiestruturado, desenvolvido em estudo exploratorio, aplicado por entrevista. Foram avaliadas estrategias de atendimento, com variaveis que permitiram caracterizar a assistencia oftalmologica quanto ao modelo de atencao adotado, servicos ambulatoriais especializados, fluxo local e regional de pacientes, capacidade resolutiva das unidades, perfil das equipes, instalacoes fisicas, programa de assistencia farmaceutica, participacao em consorcios e convenios com a assistencia suplementar. A regiao estudada tem uma populacao de 4.805.691de habitantes. Ha servicos de atendimento em oftalmologia em 77,4% dos municipios. Na regiao estao instalados 5 Ambulatorios Medicos de Especialidades (AME), 2 hospitais filantropicos, um hospital estadual e 2 hospitais universitarios, com atendimento referenciado. Estao presentes 3 consorcios regionais de saude. O acesso da populacao ocorre principalmente pela atencao basica (95,2% dos municipios), encaminhada pelo medico clinico (74,2%). O tempo de espera da consulta de oftalmologia esta entre 30 e 60 dias. Ha lista de espera para consultas em 58,0% dos municipios, de 27.159 pacientes. O volume de consultas mensais disponibilizadas pelo sistema publico e de aproximadamente 21.512. Sao 115 oftalmologistas atuando na rede publica, 87 na RRAS 15 e 28 na RRAS 16, em 57 consultorios com equipamento basico. Os pacientes de maior complexidade sao encaminhados aos servicos de referencia. Nao ha atendimento de urgencia em oftalmologia em 77,4% dos municipios, e 82,3% dos municipios nao tem centro cirurgico para procedimentos de oftalmologia. Existem filas de espera para cirurgia de catarata em 80,6% dos municipios. Sao 5.796 pacientes na RRAS 15 e 796 na RRAS 16. Em 13 municipios com filas (26,0%), nao ha dados sobre numeros de pacientes nas filas. A maior parte da fila (81,8%) concentra-se em 8 municipios (12,9%). Nao existem dados organizados de filas para atendimento em doencas da retina. O programa de assistencia farmaceutica, com os medicamentos do glaucoma, esta em 79,0% dos municipios, e o transporte sanitario em 100,0%. Os municipios apresentam sistema de referencia e contrarreferencia de pacientes (53,2%) e a maioria (82,3%) nao tem protocolos clinicos de atendimento de oftalmologia. As principais dificuldades encontradas na organizacao do atendimento sao relacionadas ao encaminhamento de pacientes com problemas de maior complexidade (referencia, cirurgias e procedimentos de retina). Tal fato corrobora a necessidade da organizacao do fluxo de pacientes, para que os recursos disponiveis sejam mais bem aproveitados e os investimentos sejam realizados de forma a atender as necessidades detectadas. Abstract
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