Hemoculturas em medicina interna: perfil de utilização e implicações clínicas

2017 
Introducao: o uso excessivo de hemoculturas tem sido associado a aumento do tempo de internamento e de custos hospitalares. Adicionalmente, a literatura medica reporta taxas de positividade abaixo do esperado, levando a criacao de indices de predicao de positividade. Metodos: estudo prospectivo observacional conduzido numa enfermaria de Medicina Interna de um hospital terciario, com recolha de dados de todos os doentes a quem foram realizadas hemoculturas. Resultados: em 414 admissoes, foram colhidas hemoculturas em 39.9%. Os doentes a quem foram colhidas hemoculturas tiveram maior tempo de internamento e mais exames laboratoriais e imagiologicos pedidos. 7,5% das hemoculturas foram positivas. Nos doentes com criterios de sepsis a taxa de positividade das hemoculturas foi 21,7% e nao houve nenhuma hemocultura positiva em doente sem criterios de sepsis, nomeadamente em doentes com elevacao isolada de proteina c-reactiva, leucocitose ou febre. O resultado da hemocultura nao foi um determinante de de-escalacao antibiotica. Conclusoes: este estudo sugere que as hemoculturas devem ser colhidas essencialmente em doentes com sepsis, podendo esta pratica diminuir o seu sobreuso.
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