POR UMA LITERATURA DE MASSA: LÚCIO FLÁVIO, O PASSAGEIRO DA AGONIA, DE JOSÉ LOUZEIRO
2016
Antes do lancamento de Lucio Flavio, o passageiro da agonia, romance de 1975, Jose Louzeiro ja havia escrito quatro livros, dentre os quais a novela Acusado de homicidio (1960) e os contos de Judas arrependido (1968), revelando tipos diferentes de literatura, uma de alcance mais popular; outra com uma escrita mais sofisticada. A partir dessa experiencia, Louzeiro conclui que o principal compromisso do escritor e com seu publico, passando a dar prioridade a escrita de uma literatura aderente a uma maior massa de leitores que, ao contrario dos criticos, nao estaria preocupada com inovacoes formais e sofisticacao da linguagem, mas com o entendimento de um enredo. Tendo como ponto de partida a opcao de Louzeiro, este artigo propoe apresentar alguns aspectos de Lucio Flavio, o passageiro da agonia, discutindo sua relacao com a chamada literatura de massa. Para tanto, observamos como se constroi a figura do “heroi solitario”, elemento que, em Lucio Flavio, e problematizado, revelando uma complexidade narrativa que nao atenderia, a principio, a ordem formal da literatura de massa, associando-se, ao contrario, a um genero bastante complexo e sofisticado, o do “romance de formacao”.
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